Estudo sobre aplicação do Design propõe melhorias para atendimento do SUS


16/08/2011 Uma pesquisa realizada no Amazonas utiliza as aplicações do Design para compreender e propor melhorias ao sistema de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) do Sistema Único de Saúde (SUS). O trabalho ‘Design como ator social no Amazonas: Uma análise do Programa de Atendimento e Tratamento Fora de Domicílio’ fez parte do projeto de conclusão de curso de pós-graduação em Design, Comunicação e Multimídia, da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), elaborado por Karla Pacheco, orientada por Francimar Maciel e Alexandre Oliveira.

De acordo com Pacheco, a proposta principal da pesquisa é gerar resultados que possam mostrar intervenções de melhoria para o programa, visando a uma melhor prestação de serviços ao usuário/paciente, para que este sinta-se parte do processo.

O que é o TFD

O programa de Tratamento Fora de Domicílio está inserido no contexto do SUS, de acordo com as políticas públicas da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas. O programa oferece consulta, tratamento ambulatorial, hospitalar/cirúrgico previamente agendado.

“Dentre os serviços oferecidos estão passagens de ida e volta aos pacientes e se necessário a acompanhantes, para que possam deslocar-se até o local onde será realizado o tratamento e retornar a sua cidade de origem, além de ajuda de custo para alimentação e hospedagem enquanto durar o tratamento”, explicou Pacheco.

Segundo dados da pesquisa, só no Amazonas são atendidos por mês cerca de duzentos pacientes. O serviço está previsto na Lei Orgânica do SUS (LOS) (Leis nº 8.080/90 e 8.142/90) e em instrumentos normativos como as Normas Operacionais Básicas (NOAS-SUS nº 01/2001 e nº 01/2002).

Funcionamento

A pesquisadora explica que o processo de atendimento é iniciado na unidade de saúde local, onde é identificada pelo médico a necessidade do TFD, o processo percorre os trâmites administrativos na Central de Regulação e é continuado nas Unidades de Saúde de destino, fora do Estado.

Um dos fatos que consta no estudo é a melhoria do pós-atendimento, ou seja, após a conquista do benefício. “A diferença é que, além de estarem lidando com estado de saúde e emocional das pessoas, estas ainda estarão fora do seu local de origem, sem nenhum suporte da família, sem conhecer ninguém e nem ter a quem recorrer em caso de alguma necessidade maior”, ressaltou Pacheco.

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Os resultados da pesquisa apontam a necessidade de mais investimentos para que o sistema se torne mais eficiente, com isso, seria possível ganhar tempo e dinheiro, com  respostas mais consistentes ao paciente, diminuindo o tempo para obtenção de respostas ao usuário/paciente. “Com a melhoria do programa o usuário/paciente sentir-se-ia parte do processo, não um coadjuvante. Com mais investimentos e agilidade no processo ganham o Estado e a sociedade que necessita do programa”, lembrou a pós-graduanda.

Resultados           

De acordo com a pesquisadora, com os resultados alcançados pôde-se concluir que trabalhar o Design dentro das necessidades sociais das pessoas, a partir de serviços de utilidade pública, onde existe uma grande demanda de acesso e que envolvem desde diretrizes do governo até a forma como o cidadão é tratado durante o atendimento, é perfeitamente possível a partir dos conceitos abordados e com a aplicação do Design.

Pacheco frisou, que a partir deste trabalho foi possível identificar que o processo é desenvolvido de forma manual e que esse é um dos fatores que interferem bastante na excelência da prestação do serviço. “Constatamos a grande quantidade de documentos que são gerados e a carga de informação que eles trazem, são arquivos, impressos, faxes, folhas de informações que às vezes se perdem, ou são geradas em duplicidade. Todas as questões levantadas geram possibilidades de intervenções”, completou.

Simpósio de Design

O resultado da pesquisa foi apresentado em forma de artigo científico, durante o 3º Simpósio de Educação em Design na Amazônia, realizado pela Fucapi, no início de agosto, na sede da instituição. O evento contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos (Parev).

Sobre o Parev

O Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas consiste em apoiar, com recursos financeiros, a realização de eventos científicos e tecnológicos no Estado do Amazonas.

Redação: Valdir Torres

Edição: Ulysses Varela – Agência FAPEAM

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