Estudo utiliza sistema remoto para criar banco de dados da floresta
01/02/11 – Dois grandes desafios para se realizar pesquisas na Floresta Amazônica são os custos e a logística, tanto para a coleta de dados como para a manutenção de uma equipe em excursão, pois tanto as distâncias quanto as dificuldades de permanência em locais isolados podem onerar a pesquisa.
Para tentar mudar esta realidade, um grupo de pesquisadores lançou mão da tecnologia para realizar tarefas quase impossíveis. Por meio do projeto “Sistema Remoto de Coleta de Dados para Redes de Sensores sem fio Geograficamente Distribuídos”, pesquisadores buscam estudar métodos e tecnologias de comunicação alternativos que permitam a utilização de redes de sensores geograficamente distribuídos.
O estudo desenvolvido pelo laboratório do Núcleo de Pesquisas em Computação, da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), realizou experimentos na reserva florestal da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Segundo o pesquisador da Fucapi, Carlos Maurício Seródio Figueiredo, as aplicações de monitoramento ambiental permitem observar diferentes localidades remotas sem infraestrutura e comunicação. “Estas áreas podem ser monitoradas apenas por sensores, o que facilita a coleta dados para um ponto central de armazenamento e análises”, explicou.
Estudo
Segundo Figueiredo, o estudo com a utilização de sensores é desenvolvido a partir de três pontos estratégicos. O primeiro, baseado em redes GPRS/GSM, tendo como sequenciamento o uso de dispositivos móveis como tablet, PCs ou smartphone. E, por último, o uso de robôs móveis que vão ao local de interesse.
Ele explicou que foram necessários equipamentos tais como: protótipo de redes de sensores, dispositivos móveis programáveis, plataformas de sistemas embarcados, modems de comunicação e kits de robôs móveis. “A aquisição desses materiais importados se deu em uma fase de muita flutuação cambial, impactando em ajustes de orçamento”, completou.
Benefícios
O uso de tecnologias para a realização de pesquisas sobre o meio ambiente já provou ser bastante útil. “Prova disso, foi a publicação de artigos científicos e orientações de alunos de graduação e mestrado, como também, a participação em eventos nacionais e internacionais, a partir do trabalho desenvolvido pela Fucapi”, afirmou.
Figueiredo destacou que a disponibilização de equipamentos diferenciados em uma instituição de ensino e pesquisa como a Fucapi proporcionou ainda outras oportunidades de aprendizado não diretamente relacionadas ao projeto, como aulas práticas e a criação de novos projetos.
“A partir dessa iniciativa temos resultados que apontam para uma solução que permita conhecer e monitorar melhor a Região Amazônica”, disse o pesquisador que considera o apoio da FAPEAM de fundamental importância. “A pesquisa não seria possível sem o apoio dessa instituição para a compra de equipamentos modernos e para as bolsas de iniciação científica. Trabalhos na fronteira do conhecimento e com a finalidade socioambiental podem não ter um interesse imediato da iniciativa privada. Dessa forma, a ciência básica local depende muito do fomento da FAPEAM”, afirmou.
Programa
O Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (PIPT) consiste em apoiar, com auxílio-pesquisa e bolsas, mestres e doutores vinculados a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos interessados em realizar pesquisas científicas e tecnológicas no Amazonas.
Sebastião Alves – Agência FAPEAM