Falta mão de obra para tablet nacional, dizem especialistas


07/06/2011 – Conforme cronograma estabelecido nesta semana pelos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a indústria nacional de tablets deverá ser implantada até 2014, no entanto, especialistas alertam para a falta de mão de obra que suporte o processo de fabricação dos equipamentos no País. “Não temos mão de obra qualificada para dar suporte à continuidade do processo de instalação do tablet”, alertou o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), João Maria de Oliveira, que faz parte de um grupo que estuda a economia da informação.

“Acredito que existe, atualmente, um déficit de mão de obra em quase todas as áreas de atuação, o que, com certeza, implica em certa dificuldade em encontrar profissionais interessados e qualificados para o desenvolvimento e produção da indústria de tablet”, concordou Fábio Bedran, gerente administrativo da empresa mineira MXT, que anunciou a fabricação do gadget para o mercado corporativo.

Para Bedran, a produção de tablets no País exige a contratação de engenheiros elétricos, engenheiros de radiofrequência e engenheiros de telecomunicação, para o desenvolvimento dos dispositivos do aparelho, e também de pessoas formadas em ciência da computação e sistema de informação, para o desenvolvimento de aplicativos e programas.

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Na fabricação do equipamento, o País precisará ter engenheiros de controle e automação e, para a fase de testes, haverá demanda por mais bacharéis em ciência da computação e por técnicos em eletrônica.

A linha de montagem, que usa robôs e não é intensiva em mão de obra, e a linha de finalização do produto exigiriam trabalhadores com Ensino Médio. 

De acordo com Rogério César de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, a nacionalização vai demandar grandes esforços para formação de mão de obra. Ele considera a disponibilidade da força de trabalho para a indústria de ponta no Brasil “uma questão bem delicada do nosso desenvolvimento, ainda a ser resolvida”.

Déficit

Segundo estimativa do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, o Brasil tem um déficit de 20 mil engenheiros por ano. A ausência dos engenheiros e de outros profissionais para o desenvolvimento de projetos e processos de fabricação do tablet, pode forçar a importação de força de trabalho, como admitem a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica e o próprio Ministério da Ciência e Tecnologia.

“[Há a possibilidade de] treinar profissionais fora do País e trazê-los de volta para operação das fábricas mais sofisticadas”, revelou o secretário de Política de Informática do ministério, Virgílio Almeida. “O MCT vai procurar criar programas que apoiem as empresas a fazer isso”, completou.

Excelência

A Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) são consideradas pelo governo centros de excelência para a formação, em nível Superior, de mão de obra para a indústria de tablet.

De maneira a formar mais técnicos em eletrônica, o Ministério da Educação (MEC) avalia a oferta de cursos por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), a ser votado no Congresso Nacional.

O pesquisador do Ipea acredita que o projeto ajuda, mas avalia que a decisão sobre a formação de mais profissionais deve seguir uma estratégia de 15 anos, que indique até duas áreas de prioridade para a indústria nacional de tablet, nas quais o País possa se tornar mais competitivo a longo prazo.

Agência FAPEAM
Fonte: Info Exame via Consecti

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