Fantoche eletrônico promove a inclusão de crianças com autismo
Dia 2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde uma em cada 160 crianças tem Transtorno Espectro Austista (TEA). O TEA se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.
No Amazonas, projeto fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que beneficiou o doutor em Informática na Educação, Roceli Lima, desenvolveu fantoche eletrônico, com objetivo de promover o estado afetivo de interesse das crianças com autismo durante a contação de histórias.
O produto é resultado da sua tese de doutorado intitulada “Tecnologia educacional assistiva: estudo de caso utilizando dispositivos robóticos para promoção do estado afetivo de interesse em crianças com TEA”, desenvolvida na Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRS), que contou com bolsa da Fapeam, por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH-Doutorado Fluxo Contínuo), edital N° 001/2014.
A versão adaptada usa um fantoche convencional com hardware, software e objetos sensoriais. Essa integração tem como objetivo incluir crianças com alguma diversidade funcional em atividades pedagógicas.
Funcionalidade
O fantoche eletrônico funciona da seguinte forma: a pessoa cria uma história em um sistema multimídia desenvolvido, especificamente, para este projeto, baseada em objetos reais. Por exemplo, se o conto fala sobre peixes é importante ter objetos mostrando o que foi mencionado. Cada objeto na história conta com sensor, que durante a narrativa é associado às imagens do sistema multimídia.
“O fantoche eletrônico faz o intercâmbio entre os objetos reais e a história que será projetada no retroprojetor, quando a peça encosta no fantoche ele fará a leitura do sensor e automaticamente será exibida no datashow. A criança estará participando por meio de uma tecnologia interativa com a utilização de várias mídias como: áudio, imagem e movimentação”, explicou Roceli Lima, que é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam).
Segundo ele, no primeiro momento, a ferramenta foi experimentada com crianças com autismo e foi observado que quando o pesquisador, inicialmente, utilizou o fantoche não eletrônico com 4 crianças autistas não foram apresentados indicadores positivos. Com o uso do fantoche eletrônico, observou-se mais de 70% de aumento nos indicadores de estado afetivo de interesse.
“Como as crianças com TEA têm déficit de atenção e falta de oralidade, a plataforma por meio do fantoche eletrônico trouxe esse auxílio e assistência para que elas também participassem das atividades pedagógicas”, explicou.
Conforme o pesquisador, a ideia é estender o uso do Fantoche Eletrônico para as escolas municipais e estaduais do Centro de Manaus.
Programa de bolsas
O programa RH-doutorado foi substituído pelo Programa de Bolsas de Pós-Graduação em Instituições fora do Estado do Amazonas (PROPG-Capes/Fapeam), que concede bolsas de doutorado a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu, em cursos recomendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em outros Estados da Federação.
O programa está com edital aberto e recebe propostas até o dia 13 de maio. Mais informações acesse o edital do PROPG-Capes/Fapeam.
Por Esterffany Martins
Fotos- Divulgação