FAPEAM impulsiona avanço em CT&I no Amazonas
28/12/2012 – O ano de 2012 ficou marcado na história da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) como um ano em que novas oportunidades de desenvolvimento econômico e social por meio da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) foram criadas pelo Governo do Estado do Amazonas.
Em 2012, a FAPEAM superou o valor de R$ 48 milhões previsto no Plano de Ação e até a primeira semana de dezembro executou R$ 62 milhões para pôr em prática os programas e ações de CT&I, um crescimento de 36% em relação ao ano anterior. A exemplo do que aconteceu em 2012, o ano de 2013 gera boas expectativas sobre os investimentos em CT&I no Amazonas, isso porque que estão previstos no orçamento o valor de R$ 98 milhões que com a captação externa pode chegar a valores bem maiores.
“2013 é o ano em que a FAPEAM completa 10 anos de atuação e projetamos ampliar e impulsionar ainda mais as ações de CT&I no Estado. A expectativa é de ampliarmos os investimentos e analisarmos criticamente nossas ações, verificando os indicadores de C,T&I que após este período, irrefutavelmente se apresentam bem melhores. Isso é fruto das ações do Sistema Estadual de C,T&I”, afirmou a diretora-presidenta da fundação, Maria Olívia Simão.
O resultado destes investimentos é destacado por dados estatísticos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que apontam uma taxa de crescimento de 364% do número de doutores no Amazonas, que saiu de 372 doutores no ano 2000 para 1.728 em 2010. A quantidade de grupos de pesquisa cadastrados também deu um salto de 95 em 2000 para 428 em 2010, um crescimento de 351%. Vale ressaltar que 43 deles estão localizados em instituições do interior do Estado. O número de doutores de excelência, segundo a seleção nacional de bolsistas de produtividade (PQ) do CNPq, no Amazonas saltou de 14 pesquisadores em 2000 para 154 em 2012, representando um salto de qualidade reconhecido nacionalmente.
Formação de capital humano
No campo da formação de capital humano, eixo prioritário na política do Estado e da FAPEAM, por exemplo, em 2012 foram concedidas 2.033 bolsas, que beneficiaram alunos do Ensino Fundamental a estudantes de graduação, mestrado e doutorado. O que contribuiu para levar o Amazonas a contar com mais pessoas qualificadas para trabalharem na melhoria da qualidade de vida da população, seja nas áreas de educação (com professores qualificados em alto nível), na área de saúde (com pesquisas avançadas para melhor atender à sociedade), no setor produtivo (com geração de produtos inovadores e novas oportunidades de emprego e renda), entre outros segmentos.
Para se ter uma ideia do volume de bolsas concedidas no período de 2003 a 2012 pela FAPEAM a soma geral já atingiu quase 19 mil bolsas sendo: 6,5 mil bolsas de Iniciação Científica Júnior, que incluem estudantes dos ensinos Fundamental e Médio por meio do Programa Ciência na Escola, 9,6 mil de iniciação científica para alunos de graduação, cerca de 1,8 mil bolsas de mestrado e 799 bolsas para formação de doutores.
“O Amazonas tem dado prioridade para os investimentos em CT&I no intuito de gerar mais e melhores oportunidades à sociedade com vistas ao desenvolvimento sustentável. Para que nós possamos dar um futuro melhor para o Brasil, a saída é investir em educação, ciência, tecnologia e inovação. Nós precisamos nos colocar de uma forma diferente no cenário econômico internacional e a forma que temos para potencializar essa inserção é investindo em ciência, tecnologia e inovação, e não se faz isso sem pessoas bem formadas, laboratórios e investimento em alta tecnologia”, destacou.
Ações Inovadoras
Um dos grandes diferenciais da FAPEAM é a criação de programas de apoio a C,T&I inovadores no País. Em 2012 o destaque foi a diversificação e a criação de novos programas para atender às demandas do Estado do Amazonas dentre eles destacam-se programas como o ‘Tecnologia Assistivas’, que é voltado à criação de tecnologias para facilitar a vida de deficientes físicos, auditivos e visuais, o ‘Universal Amazonas’, criado para financiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, em todas as áreas de conhecimento, o ‘Pecti Saúde’, destinado a fomentar a inserção de pesquisadores em projetos de desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação nas Fundações Estaduais de Saúde do Amazonas para a criação de novos procedimentos clínicos e o ‘Pró-Incubadoras’, que é voltado à manutenção de incubadoras de empresas já existentes e à implementação de novas incubadoras como espaços importantes para criação de negócios inovadores, além de outras iniciativas.
Segundo a diretora-presidenta, nessa perspectiva, os novos programas foram criados para atingir aos objetivos estratégicos. Como o caso dos Programas Estratégicos de Indução à Formação de Recursos Humanos em Engenharias no Amazonas (Pró-Engenharias) e em Tecnologia da Informação (RH-TI).
Estas iniciativas têm como parceiros a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM) e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), além da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) – no caso do RH-TI. Os programas foram implantados com o objetivo de, em curto prazo, minimizar e, em longo prazo, suprir a carência de engenheiros e profissionais da área de Tecnologia e Informação com perfil de inovação e pesquisa.
“Foi uma ação ousada e inédita no País que, acreditamos, deverá se tornar referência para enfrentar gargalos na formação de recursos humanos em áreas específicas, de importância estratégica e carentes no Estado e no Brasil”, explicou Maria Olívia Simão.
De acordo com o cronograma de atividades da edição piloto em andamento, 80 estudantes (sendo 40 para cada área), estão sendo beneficiados com uma bolsa mensal de Iniciação Científica Júnior Especial, no valor de R$ 190, durante os próximos dois anos.
Depois desse período, caso o estudante seja aprovado em cursos ofertados por universidade pública ele receberá durante o primeiro ano da graduação, ainda por meio do programa ao qual estiver vinculado, uma bolsa de R$ 360 por mais um ano.
As atividades desta edição envolvem ações de língua portuguesa, língua inglesa, química, física, matemática e lógica com o auxílio de 12 professores da rede pública de ensino, além de dois doutores, um da área de TI e outro de Engenharia, e mais oito tutores (quatro para cada área), alunos de graduação oriundos de universidades públicas do Amazonas.
O titular da Seduc, Rossieli Soares, disse que essa ação representa um grande avanço na formação de futuros engenheiros, tanto que para o ano de 2013, o governo pretende ampliar o programa. “A FAPEAM é uma grande parceira da Educação e da sociedade amazonense, porque investe em tecnologias e formação de pessoas que trarão benefícios para a sociedade”, destacou.
Bolsista do programa RH-TI, a estudante do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Amazonense D. Pedro II, Talita dos Santos, disse se sentir privilegiada ao ter acesso ao programa. “Tenho aprendido muito durante o curso e receber um notebook por meio do programa auxiliou ainda mais o meu desenvolvimento”, concluiu.
Setor produtivo
Novas oportunidades também foram criadas para o desenvolvimento do setor produtivo por meio da inovação tecnológica. “Os investimentos no apoio ao desenvolvimento de produtos e processos inovadores, sobretudo aqueles com forte interface com as nossas potencialidades amazônicas, foram em 2012 substancialmente ampliados por meio da subvenção econômica a microempresas e empresas de pequeno porte”, informou Maria Olívia Simão.
Isso aconteceu por meio de mais uma parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a execução do Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte na Modalidade Subvenção Econômica (Pappe Integração), que, de uma vez só, disponibilizou para esta finalidade R$ 6,7 milhões, o que permitiu o financiamento de 26 projetos que resultarão em produtos e serviços para o mercado.
Serão desenvolvidos, por meio dos projetos, produtos ou processos inovadores de diversas áreas como tecnologia da informação e comunicação, produtos alimentícios com insumos locais, engenharia de processo, biotecnologia, produtos e serviços ambientais, turismo ecológico e rural nas mesorregiões do Amazonas, ciências da saúde, fitoterápicos e fitocosméticos, fibras amazônicas, biocombustíveis, madeiras, móveis e artesanato, engenharia do processo e construção naval.
Negócios inovadores
Uma iniciativa inédita no Estado e no País, voltada para impulsionar o setor produtivo, implementada em 2012, foi o Programa de Apoio a Incubadoras (Pró-Incubadoras), que destina recursos na ordem de R$ 1,42 milhão para financiar seis propostas aprovadas em três modalidades: formação de rede de incubadoras; Incubadoras, preferencialmente de base tecnológica, individuais; e a criação de novas incubadoras de empresa de base tecnológica.
Na prática, a iniciativa prevê o fomento e a manutenção de incubadoras já existentes, conforme cada modalidade, bem como promover a melhoria de processos internos e métodos de gestão e do intercâmbio de princípios e conhecimentos. “A injeção de recursos no setor de incubadoras vai potencializar a inovação no setor produtivo local, pois as incubadoras proporcionam a aceleração de novos negócios inovadores”, enfatizou Maria Olívia.
O Amazonas teve o cenário de CT&I positivamente alterado nos últimos anos, mudando sua inserção no âmbito nacional e acelerando a inclusão das pessoas e das instituições do Estado no processo de desenvolvimento e crescimento científico que se tem verificado no País.
“Esperamos manter o compromisso de dar continuidade aos investimentos e ações que caracterizaram positivamente a trajetória da Fundação até então. Além de trabalhar para estruturar a entidade para a excelência de seus serviços, por um crescimento gradual e consistente na quantidade e na qualidade do fomento ofertado, sem deixar de ampliar as possibilidades de acesso a esse fomento para CT&I. Nosso maior objetivo é, portanto, contribuir com a política do Governo do Estado do Amazonas de consolidar a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) como um eixo transversal essencial para o desenvolvimento social e econômico sustentável do Estado”, finalizou Maria Olívia Simão.
Ulysses Varela – Agência FAPEAM