Fapeam investiu R$ 1,4 milhão em pesquisas com malária


O combate à malária no Amazonas, além das ações anunciadas pelo governador Eduardo Braga na manhã de ontem, vai se beneficiar das pesquisas desenvolvidas com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Desde 2004, a Fapeam já aprovou 12 projetos para diferentes instituições, destinando um volume de recursos de R$ 1,477 milhão. Cinco pesquisas já foram concluídas. O dinheiro é utilizado para pagamento de bolsas e auxílio-pesquisa.

 
Uma das principais pesquisas, desenvolvida pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), visa padronizar o diagnóstico da malária no Amazonas, com o objetivo de diminuir os erros na identificação dos pacientes infectados e no tipo de doença contraída por eles.

 
A coordenadora do projeto “Avaliação da qualidade do diagnóstico de malária no Estado do Amazonas”, Ana Ruth Lima Arcanjo, explicou que pesquisa foi proposta depois de a FVS constatar que parte dos diagnósticos contém erros e precisa ser corrigida, para atender as exigências do Ministério da Saúde.

 

O Ministério da Saúde determina a revisão em 100% das lâminas com diagnóstico positivo e em 10% das lâminas com diagnóstico negativo. Essas lâminas negativas são escolhidas aleatoriamente pelo laboratório revisor. Dos 62 municípios do Estado, apenas nove não dispõem de laboratório revisor, mas fazem a avaliação das lâminas em municípios vizinhos.

 
Além dessa etapa, 30% das lâminas com diagnóstico positivo e 5% das negativas são encaminhadas ao Laboratório Central (Lacen), em Manaus, para nova revisão.

 
Esse trabalho serviu para a FVS constatar que há problemas nos diagnósticos. Ocorrem erros como o diagnóstico negativo a um indivíduo que está com a doença e, o contrário, ou seja, diagnóstico positivo para quem não tem malária. Outro erro identificado pela FVS é a troca do tipo de malária na hora do diagnóstico.

 
Além da FVS, também recebem recursos da Fapeam para pesquisas com a doença o Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa), a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMTAM), a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 
“Operação Impacto”

 
Na manhã de ontem, o governador Eduardo Braga lançou o programa denominado “Operação Impacto para Controle da Malária”, que pretende reduzir em mais de 70% o número de casos da doença até 2010, nos 62 municípios amazonenses.

 
De acordo com o presidente da FVS, Evandro Melo, o número de casos de malária deve chegar a 216 mil este ano. A meta é que em 2008 haja redução para 140 mil casos e em 2009 para 84 mil. Em 2010 o governo prevê 58 mil casos da doença no Estado.

 
As ações tradicionalmente usadas para combater a doença serão intensificadas e novas ferramentas, incluindo a distribuição de mosquiteiros impregnados com inseticida, o uso de um novo produto para borrifar as casas e a assessoria de técnicos cubanos para acompanhamento dos trabalhos no interior do Estado, serão implantadas, visando diminuir o risco de transmissão.

 
"Combater a malária é prioridade no nosso governo e em 2010 esperamos estar com a doença totalmente controlada", afirmou o governador durante o lançamento do programa. Ainda em 2007, o governo do Estado e o Ministério da Saúde vão investir R$ 62 milhões no programa.

 
A rede de diagnóstico e tratamento, que hoje conta com mais de 700 postos, também será ampliada. Na capital e no interior serão instaladas mais 500 unidades, facilitando o acesso da população ao exame da malária. Além desses, toda a rede pública de saúde (municipal e estadual) será preparada para oferecer diagnóstico e tratamento da doença.

 

Os 10 municípios com maior número de casos*

Manaus – 31.834

Coari – 9.839

Careiro –  8.843

Manicoré – 7.035

Manacapuru- 6.576

Tefé – 6.539

Barcelos – 6.018

Borba – 5.475

Autazes – 5.341

São Gabriel da Cachoeira – 5.008

2007: até a primeira quinzena de outubro.
Valmir Lima – Agência Fapeam

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