Fapeam já contribuiu para formação de 729 mestres e doutores


A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) já contribuiu, em apenas cinco anos de existência, para a formação de cerca de 729 profissionais, entre mestres (528) e doutores (201). O objetivo para o próximo ano é consolidar ainda mais a formação de pessoas para atuarem no Amazonas. Esse compromisso foi firmado publicamente pelo diretor-presidente da Fapeam, professor Odenildo Sena, durante a solenidade de posse dos novos conselheiros da Fapeam, que aconteceu na quarta-feira, no auditório da reitoria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Ele explicou que a Fapeam investiu aproximadamente R$ 20 milhões na pós-graduação das instituições do Amazonas. O recurso foi usado em bolsas de pós-graduação, coordenações e projetos de infra-estrutura tanto na capital quanto no interior. No próximo ano, a meta aumentar ainda mais o aporte de investimentos e ações voltadas para consolidar a formação de recursos humanos. Entre as ações, ele citou a parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por meio do financiamento de turmas de doutorado na área de odontologia.

Segundo a diretora técnico-científica da Fapeam, Elisabete Brocki, as instituições que mais receberam recursos foram a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), devido o grande número de cursos de mestrado e doutorado, seguida do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Uma das surpresas foi a presença da UniNilton Lins na relação. “É uma instituição particular que tem um curso de mestrado acadêmico e profissional com um bom conceito junto a Capes”, explicou.

O investimento na formação de recursos humanos, de acordo com Brocki, é fundamental para o desenvolvimento do Amazonas. Isso porque é um Estado de dimensões continentais com demandas simples, como adequação de material de construção, saúde, navegação e educação, quanto complexas. “O Pólo Industrial de Manaus (PIM) exige profissionais que possam responder às questões como tv digital, telecomunicações e aeronáutica”, pontuou. “Como se faz comunicação digital em uma região de dimensões como a nossa?”, questionou.

Ela lembrou que os gestores públicos precisam identificar prioridades que devem receber investimentos. Por exemplo, a formação de recursos humanos, concessão de bolsas para os cursos locais, formação, atração e fixação de doutores em qualquer área do conhecimento e investimento em infra-estrutura, os quais devem estar inseridos nas comunidades dos municípios amazonenses.

“O Governo do Estado tem uma política pública voltada para preservação das Unidades de Conservação (UCs), desenvolvimento de produtos da floresta etc. É preciso que esse conhecimento seja incorporado pelo setor produtivo de forma a promover uma sinergia entre os setores. Há uma visão de que sem capital humano não há crescimento. O mundo inteiro sabe disso. Temos como exemplo a Coréia e a Índia, que investiram pesado em educação, formação de pós-graduados e na pesquisa industrial”, disse.

Brocki destacou que alocar recursos em Ciência e Tecnologia (C&T) é um investimento de longo prazo, ou seja, com resultados para 10 ou 15 anos, e a Fapeam tem feito isso.

Descentralização das competências – Um dos grandes desafios da Fapeam é a inserção dos municípios do interior do Estado no processo de desenvolvimento de competências, de forma a promover a sustentabilidade. Segundo Brocki, o esforço acontece por meio de ações de instituições como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que possui Centros de Estudos Superiores (CES) em Tefé, Parintins, Tabatinga e, o mais recente, em Itacoatiara. Além disso, há as Unidades Permanentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), situadas em Humaitá, Benjamim Constant e Parintins.

A diretora técnico-científica disse que a maior parte dos investimentos feito no interior são viabilizados por meio de bolsas e alguns projetos de pesquisa, o que corresponde a 15% do orçamento da Fapeam, os quais já estão colhendo frutos. “Jovens bolsistas que cursavam o ensino médio, agora, estão na graduação e continuam fazendo pesquisas voltadas para as prioridades dos municípios. Por exemplo, segurança alimentar, estudos indígenas, no alto Rio Negro, e produção de alimentos, no Alto Solimões”, finalizou.

 

Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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