FAPEAM muda cenário da pesquisa científica no Amazonas, afirmam pesquisadores
27/02/2013 – Houve um tempo em que pesquisa científica era assunto apenas de gente grande. No Amazonas, há quase uma década, essa realidade é outra. Ao longo desses anos, o Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Amazonas (FAPEAM) vem investindo fortemente na formação de recursos humanos por meio de programas voltados para o apoio à pesquisa desde o ensino fundamental ao doutorado.
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De acordo com o professor, doutor e diretor do Departamento de Apoio à Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Antonio José Inhamuns, a iniciação científica é o caminho para a formação de novos pesquisadores. Ele ressalta que, no passado, o estudante tinha dificuldade em trilhar o caminho da pesquisa por falta de incentivo.
"Sabemos que há alguns alunos com o perfil de empreendedor, outros com perfil de técnicos de nível superior, e existem aqueles que querem seguir a carreira científica. Aí, entra a iniciação científica como uma alternativa para esses estudantes que não querem ficar apenas na graduação. Eles querem dar prosseguimento nos estudos em pesquisa", comentou.
Inhamuns explicou que houve aumento considerável de projetos desenvolvidos por alunos da Ufam em parceria com a FAPEAM. Entre os frutos da parceria estão o Programa de Apoio à Iniciação Cientifica (Paic) e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (Pibic Jr).
"Se olharmos para trás, vemos que o saldo é bastante positivo. Podemos citar essa evolução. No período de 2009 a 2010, tivemos 396 projetos. De 2010 a 2011, o número passou para 447. De 2011 a 2012, ficamos em 662. De 2012 a 2013, chegamos a 795. Todos os projetos de iniciação científica envolvendo a FAPEAM e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Nossa estimativa para 2013 a 2014 é ultrapassar mil projetos", concluiu Inhamuns.
O diretor também ressaltou a contribuição da FAPEAM no incentivo à pesquisa no Estado. "A FAP do Amazonas é a nossa maior parceira, em termos de bolsa científica na Ufam. Ela nos permitiu que chegássemos em ponto de igualdade com o Sul e o Sudeste em termos de profissionais qualificados com mestrado e doutorado. E a iniciação científica é a base para a formação desses profissionais", frisou.
PCE
Um outro programa de iniciação científica que desperta a curiosidade de estudantes pela pesquisa é o Programa Ciência na Escola (PCE). O Programa foi criado com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de habilidades relacionadas à educação científica nas escolas públicas. O PCE também contribui com a formação continuada dos professores da educação básica, promovendo a democratização do espaço escolar e contribuindo com a elevação da qualidade de ensino nas redes públicas de Ensino.
Para a professora pesquisadora e coordenadora do PCE no Amazonas, Maria de Fátima Vieira Nowak, o PCE mudou a cultura local em relação ao ingresso na pesquisa. "O programa fez o diferencial. Isso mudou a história da produção da ciência em todos os aspectos possíveis, começando pela valorização do professor e do estudante de escola pública", explicou.
Para Nowak, o PCE já se consolidou como um dos maiores programas de iniciação científica, ganhou identidade visual e não ficou somente nas escolas. Ela destaca que o Programa inseriu-se nas redes sociais por meio do site pceamazonas.com.br. A ferramenta possibilitou comunicação direta com o público formado por pesquisadores juniores, professores, alunos e a sociedade em geral.
"Por último, ganhamos nosso blog dedicado ao PCE, blog.pceamazonas.com.br. O blog vai fazer com que o programa tenha mais visibilidade e credibilidade. Aqui o professor é mais valorizado porque ele pode mostrar aquilo que está sendo realizado, seja no Amazonas ou em qualquer outro lugar do mundo. Além disso, ainda temos o nosso Facebook: www.facebook.com/ciencia.escola e o twitter: twitter.com/ciencia_escola. Nossa preocupação dentro dessas redes sociais é fazer com que o Programa, além de ter visibilidade, também tenha credibilidade", finalizou.
A professora da Escola Estadual Professor Samuel Benchimol, Maria Madalena Ramos Ferreira, conta que o incentivo para desenvolver trabalhos escolares no campo da química veio por meio do PCE. Com o apoio foi possível receber treinamentos em metodologia de projetos, o que deu mais segurança para a educadora escrever e ensinar os alunos na formatação de um projeto científico.
"O apoio da FAPEAM foi muito importante para a minha pesquisa com óleo residual de fritura. Sem esse incentivo, tenho certeza que não teria chegado tão longe com resultados positivos, tanto na pesquisa quanto no avançar dos alunos inseridos no mundo pesquisador", ressaltou a professora.
Para o estudante do 1º Ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Samuel Benchimol, José Luíz, todo estudante deveria passar pelo programa de iniciação científica. "Meu interesse pela química surgiu a partir do momento em que pude presenciar o comportamento dos alunos pesquisadores, a seriedade com que eles conduziam a pesquisa. Pedi que a professora Maria Madalena me incluísse no projeto ‘Química com Prazer na Escola’. Naquele momento percebi que pesquisar não é fácil, por isso é preciso que nós alunos sejamos incentivados pelo professor. Sem esse estímulo, jamais vamos ter interesse nas aulas de química, física e outras", disse.
Para a professora e doutora em Sociologia e Antropologia, Kátia Helena Schweikcardt, a FAPEAM, há 10 anos, surgia como um diferencial na produção científica e acadêmica no Amazonas. "Hoje temos uma agência que trabalha com interesses voltados para nossa nossa região, principalmente na formação de pessoal, no apoio das descobertas e redescobertas científicas. Por meio dos programas de apoio à pesquisa, passamos a nos inserir no mundo acadêmico com muito mais respeito, qualidade e com mais competência. Hoje, a FAP do Amazonas é uma agência que concorre com agências nacionais e internacionais e apoia a pesquisa de ponta. Falo isso porque tive a oportunidade de participar da primeira turma do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH-Posgrad/2006). Sem esse apoio seria impossível concluir o meu curso", disse.
Sobre o PAIC
O Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (PAIC), desenvolvido pela FAPEAM em parceria com instituições de ensino e pesquisa no Amazonas apoia, com recursos financeiros e bolsas institucionais, estudantes de graduação interessados no desenvolvimento de pesquisa em instituições públicas e privadas do Amazonas.
Sobre o RH-Posgrad
O Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH-Posgrad) tem como objetivo conceder bolsas de mestrado a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu, em Programa de Pós-Graduação recomendado pela Capes em outros Estados da Federação.
Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola (PCE) faz parte da política do Governo do Estado para difundir a ciência e promover o interesse dos jovens pelo mundo científico. Para isso, o programa consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob formas de cotas institucionais, estudantes dos ensinos Fundamental e Médio integrados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas de Manaus e interior do Amazonas. A iniciativa é desenvolvida pela FAPEAM com o apoio da Seduc e Semed capital.
Outras informações sobre os programas acesse aqui.
Rosa Doval – Agência FAPEAM