Fapeam vai financiar pesquisa em Biocombustívies
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) vai investir recursos próprios na ordem de R$1,5 milhão em pesquisa, inovação tecnológica e formação de recursos humanos para o setor de biocombustíveis, por intermédio do Programa de Apoio à Pesquisa em Biocombustíveis no Amazonas (Biocom). O anúncio foi feito na última terça-feira, 17, durante o “II Seminário Estadual de Energias Renováveis: Biodiesel e Sustentabilidade”, promovido pela Secretaria do Estado de Ciência e Tecnologia (Sect) e Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam).
O anúncio do programa foi feito pela assessora da presidência da Fapeam, Olívia Ribeiro, no painel “Oportunidades de financiamentos para produção de Biodiesel no Amazonas”. “O edital vem atender às expectativas dos setores envolvidos na discussão quanto a realização de ações que busquem alternativas ou indiquem caminhos para a diversificação da matriz energética do Estado”, explicou.
O Programa Biocom será lançado em novembro deste ano, privilegiando ações de pesquisa de base para o desenvolvimento sustentável. Para isso, a Fapeam espera contar com uma agenda formulada a partir das necessidades desenhadas no seminário e que serão encaminhadas pelo Grupo Executivo (GE) interinstitucional. Esse grupo é formado por representantes de instituições que participaram do evento, inclusive a própria Fapeam. A idéia é que eles discutam e proponham um Programa que atenda a Cadeia do Biodiesel no Amazonas.
O objetivo do GE é discutir e implementar ações estratégias para a consolidação da cadeia do biocombustível no Estado. “A Fapeam tem parte nesse processo, no que diz respeito aos incentivos à diversificação da matriz energética, à pesquisa e à formação de recursos humanos voltadas especialmente para a área de desenvolvimento de tecnologias e o estabelecimento de procedimentos e processos para o setor”, afirma Odenildo Sena, diretor-presidente da instituição.
Coordenado pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect), o GE tem prazo de 90 dias para conclusão e apresentação de um projeto de produção de biodiesel no Amazonas. Integram o grupo órgãos e secretarias estaduais como a Secretaria de Produção Rural (Sepror) e Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam); agências financeiras, entre elas a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) e Banco do Brasil (BB), além de segmentos da indústria e da comunidade científica.
A Fapeam já vem investindo em programas voltados para a substituição da matriz energética. Entre os anos de 2004 e 2006, foram investidos cerca de R$1,4 milhão em pesquisas com esse foco, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Entretanto, foi a articulação da cadeia que estimulou a ampliação do fomento à pesquisa em Biodiesel no Amazonas. O Biocom contará com R$1,5 milhão, em recursos próprios, mas a Fapeam ainda busca parceiros que possam complementar a dotação orçamentária do programa. “A diretoria da Fapeam está buscando parcerias junto a agências, como a própria Finep e a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA)”, afirmou Olívia Ribeiro.
Seminário
O “II Seminário Estadual de Energias Renováveis: Biodiesel e Sustentabilidade” aconteceu nos últimos dias 16 e 17 de julho, no Auditório do Serviço Nacional da Indústria (Sesi), na avenida Joaquim Nabuco, Centro de Manaus.
O Banco do Brasil, o Banco da Amazônia (Basa), a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) e a Agência de Desenvolvimento do Amazonas (ADA) participaram do painel “Oportunidades de financiamentos para produção de Biodiesel no Amazonas”.
De acordo com as informações expostas nos painéis, o Banco do Brasil tem programa específico de apoio à produção, comercialização e uso do biodiesel, lançado em 2005. A Afeam apontou deficiências no setor, já que não há um projeto de implantação de culturas oleaginosas visando a produção de biodiesel que contemple todas as etapas da cadeia produtiva.
O presidente do Basa, Carlos Benetti, apresentou linhas de financiamento dentro do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), em especial, na linha de financiamento voltada para os trabalhadores que moram na região amazônica, o FNO Floresta.
As conclusões e sugestões do seminário foram consolidadas numa carta final, que prevê ainda o estabelecimento de projetos de plantio de dendê em assentamentos, nas áreas desmatadas. Mais informações sobre o seminário podem ser encontradas no site www.sect.am.gov.br.