Farinha da casca de pupunha gera macarrão caseiro rico em fibras


19/08/2013 – Cascas, sementes e peles são ‘resíduos’ que geralmente vão parar no lixo por serem considerados inutilizáveis para consumo.  Mas que tal provar um macarrão caseiro à base de farinha da casca de pupunha? O produto, saborosíssimo, não concentra aditivos, conservantes, é altamente nutritivo, rico em fibras e vitamina A.

Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook

A pesquisa desenvolvida pelo estudante de gastronomia Bruno Leitão recebe apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A massa caseira também é uma boa fonte de lipídios e carboidratos e é resultado de um projeto de reaproveitamento de resíduos realizado pelo estudante, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

“Muitas pessoas desconhecem o valor nutritivo desses resíduos e jogam fora uma ampla fonte de alimento de grande valor nutricional. O consumo da pupunha na região é diverso, do fruto são aproveitados a polpa, a semente, o óleo e a casca. O resultado obtido é um macarrão sem aditivos, sem conservantes e mais saboroso do que o macarrão comum”, afirma.

Por ser um produto artesanal, a massa não pode ser conservada por muito tempo. E, apesar de ter em sua elaboração 10% de farinha da casca de pupunha para cada 100g de farinha de trigo, o produto não adquire o gosto do fruto como explica o acadêmico.

“Esse macarrão tem restrições no que se refere à conservação. Por se tratar de uma massa caseira ele não pode ser conservado por muito tempo depois de pronto. A validade dele é de uma semana ou no máximo dez dias, além disso, a massa não adquire o gosto da pupunha e é altamente rica em fibras.”, explicou Leitão.

O estudo intitulado ‘Utilização da farinha da casca da pupunha (Bactris gasipaes Kunth) no preparo de macarrão caseiro’ foi coordenado pelos pesquisadores Francisca Souza e Jaime Aguiar da Coordenação de Sociedade, Ambiente e Saúde (CSAS) do Inpa. A perspectiva dos pesquisadores é que o produto desperte o interesse da indústria alimentícia e seja disponibilizado para a população, em escala industrial.

De acordo com Souza, a farinha da casca de pupunha revelou-se um produto com elevado potencial mercadológico em função das suas propriedades nutricionais. “As avaliações demonstram boa qualidade nutricional do produto. A farinha da casca da pupunha também se mostrou viável para o enriquecimento de alimentos ou a substituição parcial da farinha de trigo, podendo ser utilizada na panificação, confeitaria, alimentos infantis e produtos dietéticos”, frisou.

Entre 2003 e 2012 a Fapeam concedeu 9.608 bolsas de iniciação científica para alunos de graduação no Estado do Amazonas. Em 2012 foram concedidas 1.464 bolsas, crescimento superior a 460% no período em relação às 260 bolsas concedidas em 2003.

 

Fonte: CIÊNCIA em PAUTA, por Rosilene Correa

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *