Fatores sociais influenciam na forma de envelhecer, diz pesquisa


14/12/2012 – Diversos fatores sociais como gênero, escolaridade, idade e naturalidade exercem forte influência na forma de envelhecer.  Com o objetivo de verificar a abrangência desses fatores foi desenvolvida a pesquisa ‘Papéis sociais desempenhados por idosos que moram no Conjunto 31 de Março, Japiim 2’, realizada pelo psicólogo e pesquisador Andrews do Nascimento Duque.

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O estudo foi desenvolvido na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Paic).

Duque explicou que a pesquisa objetivou conhecer os papéis sociais desempenhados por um grupo de idosos moradores do Conjunto 31 de Março, localizado no bairro Japiim 2, zona sul de Manaus, assim como identificar as tarefas evolutivas e os papéis sociais por eles exercidos. De acordo com ele, o estudo partiu de uma perspectiva do desenvolvimento humano no curso de vida, a qual privilegia a visão do desenvolvimento humano do nascimento até a morte.

“Esta teoria afirma que as mudanças normativas e não normativas relacionadas às questões biológicas, psicológicas e sociais afetam a trajetória de desenvolvimento das pessoas, de forma que as mesmas alocarão recursos internos e externos com o objetivo de fazer um equilíbrio entre ganhos e perdas. Neste sentido, o envelhecimento assume configurações diferentes em cada contexto”, ressaltou o pesquisador.

De acordo com Duque, durante a pesquisa, foi possível perceber que o idoso de hoje, não pensa mais como antigamente quando eles envelheciam num processo de isolamento. Hoje, eles adquiriram muitos benefícios que contribuíram para a inclusão social, mas há fatores que persistem em deixá-los fora de certas atividades que ainda poderiam desenvolver e com elas resgatar a autoestima e a qualidade de vida.

“Para o idoso, a aposentadoria não é o fim, é um direito. E depois dela, ele ainda tem muito a contribuir para a sociedade com a sua experiência. Mas a falta de oportunidade, como voltar ao mercado de trabalho, voltar a estudar, assim como a adaptação de quem vem do interior para a cidade, a mobilidade urbana, o medo da violência e outros fatores, afetam a forma de envelhecimento e contribuem para um perfil diferenciado de velhice. Com essas lacunas, as atividades de lazer e a família são os principais suportes para superar e compensar essas possíveis perdas”, enfatizou.

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/idoso2(1).jpgOs resultados da pesquisa possibilitaram trazer para o âmbito acadêmico uma melhor compreensão de aspectos da vivência do envelhecimento de forma a contribuir para que novas políticas surjam em benefício da promoção de um envelhecimento com qualidade de vida, mas também com qualidade de oportunidades.

Metodologia

O estudo foi realizado com 30 idosos. Os dados foram coletados por meio de questionário contendo 17 questões abertas e 15 questões fechadas, perfazendo um total de 32 questões. O questionário foi composto por dez blocos de questões que tiveram por objetivo levantar informações sobre o local de moradia, escolaridade, atividade profissional, saúde, família, amigos, sinais e percepção de envelhecimento, atividades sociais e planos para o futuro dos adultos e idosos.

A pesquisa, que teve a vigência de um ano, já foi concluída e apresentada no 21º Congresso de Iniciação Científica da Universidade Federal do Amazonas (Conic/Ufam). O evento aconteceu no período de 10 a 14 de dezembro.

“Esse projeto foi finalizado, mas o mesmo abre possibilidades para outros estudiosos do tema se aprofundarem em outras pesquisas que ajudem a configurar e reconfigurar o idoso amazônida”, disse Duque.

O pesquisador ressalta a importância da FAPEAM para o desenvolvimento da pesquisa no Estado. “Enquanto agência de fomento à pesquisa em nossa região, a FAPEAM teve fundamental importância neste estudo. O incentivo que recebi teve impacto na execução e conclusão de todas as etapas da pesquisa. O apoio me possibilitou a segurança para seguir até o fim e, com isso, obter excelentes resultados”, finalizou.

Sobre o Paic

O Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas institucionais, estudantes de graduação interessados no desenvolvimento de pesquisa em instituições públicas e privadas do Amazonas.

Rosa Doval – Agência FAPEAM

 

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