Fenômeno da lua poderá ser visto somente neste sábado em Manaus


Os moradores da Amazônia que olharem para o céu neste sábado, dia 20/03, poderão ver um fenômeno diferente: a lua encobrindo o conjunto de estrelas conhecido como Plêiades. O evento só poderá ser visto novamente na região em 2023.

“As Plêiades são estrelas azuis, que parecem uma pequena nuvem quando observadas a olho nu”, explicou Germano Afonso, etnoastrônomo do Musa. “Em noites de céu limpo, sem lua, e em locais afastados da iluminação artificial, podemos ver, sem instrumentos ópticos, sete dessas estrelas. Por isso, as Plêiades são chamadas popularmente de Sete Estrelos”, completou.

A ocultação das Plêiades acontecerá a partir das 20h40 (horário de Manaus) e poderá ser vista a olho nu, embora o uso de instrumentos como binóculos, lunetas, telescópios e até filmadoras com zoom digital facilitem a observação.

O fenômeno será visível em grande parte da Amazônia, como nas cidades de Manaus, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga e Tefé, no Amazonas, e Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC). “Quanto mais a oeste de Manaus estiver a cidade, melhor será a observação, pois a lua e as Plêiades estarão muito próximas do horizonte”, disse Germano.

O etnoastrônomo explica que, das sete estrelas mais brilhantes do conjunto das Plêiades (ver ilustração), nem todas serão ocultas pela Lua. “Em Manaus, a estrela Electra desaparecerá atrás da lua, a partir das 20h47 e Merope desaparecerá às 21h22, quando a lua já estará muito próxima do horizonte”, disse. Já em São Gabriel da Cachoeira, a ocultação das estrelas ocorrerá na seguinte ordem: Electra – 20h42; Merope – 21h19; e Alcyone – 21h 57.

Para quem quiser observar esse “desaparecimento” das estrelas, Germano dá a dica: “As Plêiades, em geral, são difíceis de visualizar e localizar, mas desta vez, basta olhar para a Lua.”

Quem conseguir fotografar ou filmar o fenômeno, favor entrar em contato com o Prof. Germano, no email: germano@museudaamazonia.org.br

 

As Plêides na mitologia

Germano conta que os habitantes da Babilônia (hoje, Iraque) são considerados os “países” da astronomia ocidental e chamavam as Plêiades de “Estrela de Estrelas”. Segundo ele, há cerca de 6.000 anos, o primeiro aparecimento da “Estrela de Estrelas”, no lado leste, logo antes do nascer do sol, acontecia no equinócio da primavera do hemisfério norte e marcava o início do ano para os babilônios.

"Já os indígenas da etnia Desana, que habitam o Alto Rio Negro, chamam as Plêiades de ‘Gente Estrela’. Para eles, o desaparecimento dessas estrelas, no lado oeste, ao anoitecer, logo depois do pôr-do-sol, marca o começo das chuvas pesadas na região, período do ano em que a comida é abundante e quando ocorrem muitas visitas e festas”, disse o etnoastrônomo.

Equinócio em destaque

Dia 20 de março é também a data em que o sol estará exatamente sobre a Linha do Equador, marcando o equinócio do outono para os habitantes do hemisfério sul e da primavera para quem vive no hemisfério norte.

Aqueles que quiserem saber mais sobre o fenômeno podem participar da oficina “Para entender os equinócios”, que acontece neste sábado, de 11h as 12h no Jardim Botânico de Manaus.

Para mais informações acesse http://www.museudaamazonia.org.br

 

Fonte: Musa

 

 

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *