Festas religiosas e populares movimentam economia do Amazonas, diz estudo


As festas religiosas e populares no Amazonas assumem um importante papel na economia dos municípios, pois atraem um grande número de turistas e dão visibilidade aos artesãos e ao próprio local. Elas exprimem a cultura e a tradição dos povos. Com características semelhantes, como manifestações do canto, da dança, da música e da fé, esses eventos na sua origem têm influência africana e de tradição católica ibérica. 

 

Segundo o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sérgio Ivan Gil Braga, as festas religiosas e populares dão visibilidade às manifestações e aos brincantes, tornam-se motivo de orgulho e aumentam a autoestima. É o que aponta a pesquisa sob sua coordenação denominada “Festas Religiosas e Populares na Amazônia”. O projeto vem sendo desenvolvido desde 2008 dentro do Programa Integrado de Pesquisa Científica e Tecnológica (Pipt) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).

 

Doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), Braga explicou que o objetivo da pesquisa é incentivar os brincantes em potencializar as festas em função de uma crescente economia da cultura. “Queremos ajudar também na preservação, reconhecimento e promoção dessas manifestações por meio de ações de inventário e registro junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, frisou.

 

De acordo com Braga, o projeto irá complementar a pesquisa iniciada em 1991 que tratava sobre o Festival Folclórico de Parintins (AM) e resultou no trabalho de doutorado e na publicação de um livro pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) sobre os bumbás Garantido e Caprichoso.

 

Foco em festas religiosas

As festas religiosas e populares no Amazonas, salientou Braga, sempre estiveram no foco de seus trabalhos. Ele explicou que após ter concluído o doutorado, deu início em 2005 a um levantamento comparativo entre esses eventos por meio do Programa Primeiros Projetos (PPP/FAPEAM). “Fiz um comparativo entre as características das Festas de Nossa Senhora do Carmo (Parintins), de Santo Antônio da Terra Preta (Manacapuru), do Divino Espírito Santo (Itacoatiara) e do Festival Folclórico do Amazonas (Manaus)”, informou.

 

Ele disse que além das festas mencionadas acima, o novo projeto permitiu o acréscimo de outras, como os Festivais das Pastorinhas (Parintins) e de Cirandas (Manacapuru), e as Festas de Nossa Senhora do Rosário (Itacoatiara) e de São Benedito, no bairro da Praça 14 (em Manaus).

Segundo o pesquisador, as festas populares e religiosas podem dizer muito sobre o homem da região, suas crenças, expectativas, estratégias de vivência, sobrevivência, sociabilidades, divertimentos no meio urbano amazônico. “Essas manifestações são muito comuns. Podemos dizer que cada município tem uma ou mais de uma que o caracteriza, sejam institucionalizadas ou populares”, frisou.

 

Luís Mansuêto – Agência Fapeam

 

 

 

 

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