Fruto do dendê pode ser utilizado em ração de aves poedeiras
05/01/2011 – A cor laranja e o sabor exótico do óleo de dendê (extraído do fruto da palmeira do dendê, planta originária do centro da África introduzida, adaptada e naturalizada em todas as regiões tropicais) são alguns dos fatores que fazem a cultura do dendezeiro (Elaeis guineensis, Jacq.) ocupar o 2° lugar na produção mundial de óleos. Na região amazônica, o cultivo é intenso devido às condições naturais propícias, como o clima úmido e maior incidência de energia solar.
Observando estas características favoráveis ao plantio do dendê na região, o doutor em Biotecnologia e Professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Frank George Guimarães Cruz, realizou uma pesquisa sobre os benefícios da inclusão do óleo de dendê na ração de aves poedeiras.
“No setor avícola, o item alimentação corresponde a 70% do custo total de produção e no Amazonas apresenta um quadro extremamente desfavorável, uma vez que o Estado importa cerca de 100% de toda a matéria-prima utilizada na fabricação de rações, então, o baixo custo de produção e a alta produtividade do dendê são alternativas econômicas viáveis”, explicou Cruz.
Propriedades
Entre as suas particularidades, o dendê tem a propriedade de transformar energia absorvida do sol em óleo vegetal, rico em vitaminas A e E. O óleo é extraído por processos físicos: pressão e calor, sem o uso de solventes químicos. Para Cruz, estes processos viabilizam o domínio da técnica de uso do óleo de dendê em rações, a redução da importação de milho e melhoramento dos índices produtivos e reprodutivos de matrizes avícolas.
“A mistura de dendê à soja reduz os níveis de pré-mistura em razão da riqueza vitamínica, diminuindo o custo da ração, além disso agrega valor aos dendezais no Amazonas e oferece opção de trabalho e renda aos produtores rurais por meio da produção de óleo de dendê”, enfatizou Cruz.
A pesquisa, que tem o apoio do Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores (PPP), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), foi iniciada em 2006 e concluída em 2008. De acordo com o pesquisador, o suporte financeiros da FAPEAM ao projeto, que chegou a R$ 22 mil, foi de suma importância, pois possibilitou adquirir equipamentos para análise e ajudou a avaliar a utilização de um produto regional alternativo.
Além do Amazonas, os resultados da pesquisa estão sendo aplicados nas zonas rurais dos estados de Rondônia e Roraima e devem originar um curso de pós-graduação pela UFAM.
Sobre o PPP
O Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores – Programa Primeiros Projetos, desenvolvido em parceria com o CNPq, consiste em apoiar a aquisição, instalação, modernização, ampliação ou recuperação da infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica nas instituições públicas e particulares, sem fins lucrativos, de ensino superior e/ou de pesquisa sediadas ou com unidades permanentes no Estado de Amazonas, visando dar suporte à fixação de jovens pesquisadores e nucleação de novos grupos, em quaisquer áreas do conhecimento.
Para outras informações acesse o site do pesquisador aqui.
Foto 1 – Experimento com aves poedeiras (Divulgação)
Foto 2 – Máquinas para fabricar ração na Ufam (Divulgação)
Foto 3 – Dr. Frank Cruz e equipe (Divulgação)
Redação: Margarete Rocha
Edição: Ulysses Varela – Agência FAPEAM