Fungo aniquila tambaqui de viveiro


O gênero Achlya de fungos que causam a contaminação de exemplares e ovos de tambaquis no Amazonas foi identificado como um dos mais perigosos agentes micóticos causadores de prejuízos à piscicultura amazonense especializada na reprodução da espécie. O estudo foi realizado por Joel Lima da Silva Júnior, mestre em medicina veterinária pela Universidade Federal de Pelotas (UFPL), e Ana Paula Ferreira, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). 

O cultivo intensivo de tambaquis (Colossoma macropomum) nos interiores e na capital amazonense enfrenta um problema, a questão da contaminação por fungos. Evitar a perda de exemplares e ovos, nesse sentido, tem sido um dos objetivos mais visados pelos criadores estaduais.

Todavia, sem identificar o agente causador da contaminação o trabalho tende a ser mais difícil e demorado. Além disso, existe uma possibilidade grande de erro dentro do processo de planejamento de ações que possam sanar o problema.

Nesse sentido, a pesquisa de Silva Júnior e Ana Paula buscou identificar o gênero de um dos microorganismos causadores dessa contaminação em viveiros de tambaquis no Amazonas. Para subsidiar o estudo, eles ressaltaram que o tambaqui possui alto potencial para cultivo, além de excelente aceitação comercial.

“Desse modo, o estudo buscou conhecer os agentes micóticos (até a categoria de gênero) presentes na água destinada à incubação de ovos (e exemplares)”, ressaltaram os pesquisadores no resumo do estudo, apresentado no 16º Congresso de Iniciação Científica (Conic) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Uma fazenda localizada no quilômetro 223 da rodovia AM-010, que liga Manaus a Itacoatiara, foi utilizada como campo de pesquisa. No local, foram coletadas 12 amostras de água dos viveiros onde existiam tambaquis.

“Foram identificados os gêneros (de fungos) Rhyzophydium, Chytriomyces, Podochytrium — pertencentes ao Filo Chytridiomycota — e Achlya — pertencente ao Filo Oomycota. Destes, apenas o gênero Achlya é considerado possível causador de prejuízos à piscicultura”, explicaram Silva Júnior e Ana Paula em documento científico disponibilizado no Conic.

Contudo, enfatizam os pesquisadores, “são necessários estudos complementares para a averiguação do potencial patogênico da espécie de Achlya e dos outros gêneros (do filo) Chytridiomycota”. 

Onde encontrar

O estudo, publicado esta semana no site da Ufam, pode ser acessado no www.propesp.ufam.edu.br/congresso/Resumos/agrarias/30_Agrarias.pdf.

Em Tempo (02/08)

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