Grupo de trabalho debate viabilidade de parque tecnológico para o Amazonas


Cleinaldo Costa afirmou que o parque tecnológico para o Amazonas nasce da necessidade de avançar mais rapidamente em ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.

A viabilidade técnica para a instalação de um parque tecnológico no Amazonas foi debatida, nesta quarta-feira (11), na Reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O grupo de trabalho, capitaneado pela Universidade, contou com a presença de representantes de agências de fomento e da indústria, pesquisadores e gestores. Na ocasião, foram discutidas as tratativas iniciais sobre a viabilidade do parque tecnológico, o projeto executivo que norteia os recursos financeiros e a importância de um Estudo de Viabilidade Técnica (EVTE), as expertises das instituições de ensino e pesquisa e a busca de possíveis financiadores.

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Conforme o reitor da UEA, Cleinaldo Costa, o parque tecnológico para o Amazonas nasce da necessidade de avançar mais rapidamente em ciência, tecnologia e inovação (CT&I), à medida que região dispor de um local em que possam convergir todas as iniciativas existentes. Ele explicou que a propositura foi feita durante a campanha para a reitoria, o governo do Estado entendeu como legitima e o governador incluiu no plano de propostas de trabalho o parque tecnológico.

“A UEA tem em seu DNA esse desejo e entende que temos condições de capilarizar o modelo para o estado inteiro, gerar potencialidades que estão dispersas e agrupar atores, cenários e instituições parceiras. Temos condições de dialogar e fazer o projeto acontecer”, ressaltou.

Segundo o Costa, a ideia é ter um modelo semelhante ao Parque Tecnológico da Universidade do Porto, de Portugal, que serve como modelo de desenvolvimento para a Europa. Ele afirmou que se trata de um projeto de Estado e que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) tem contribuído muito desde a concepção da ideia, bem como a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam).

Maria Olívia disse que a reunião foi de tratativas de alinhamento entre as instituições públicas e privadas. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.

“O parque tecnológico é inclusivo e por isso surge na universidade, para se pensar estrategicamente o desenvolvimento regional. Também convidamos o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o diálogo, pois queremos aprender com ele. O momento histórico é favorável. Em momentos de crise, devemos encontrar as oportunidades”, pontuou.

Desenvolvimento da Amazônia

A diretora-presidenta da FAPEAM, Maria Olívia Simão, disse que a reunião foi de tratativas de alinhamento entre as instituições públicas e privadas, na qual foram apresentadas as demandas e se discutiu os gargalos. Ela destacou que há áreas estratégicas para o Amazonas, por exemplo, as Engenharias, as Tecnologias da Informação (TIC) e bionegócios. Por este motivo, precisam-se discutir novos cenários para o desenvolvimento da Amazônia.

A presença do BID, conforme Maria Olívia, foi em decorrência das ações realizadas para o fortalecimento da inovação tecnológica na região Norte, alinhadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ao Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti) e ao Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). “Na época, o professor Odenildo Sena chamava a atenção do MCTI para um modelo de desenvolvimento regional para alavancar a inovação mais rapidamente”.

Segundo Maria Olívia, a propositura do grupo de trabalho havia sido discutida e está estabelecida em metas pelo Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PCTI) para o desenvolvimento da Amazônia, o qual reúne uma agenda de ações de curto prazo para a região (triênio 2013-2015). “Estamos retomando as discussões sobre o PCTI e por isso chamamos a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti/AM)”.

Para a funcionária da Divisão de Competitividade, Tecnologia e Inovação do BID, Vanderleia Radaelli, a reunião sintetiza um esforço construído no Amazonas ao longo do tempo sobre a temática da inovação. Ela lembrou que a base industrial ainda está focada no Polo Industrial de Manaus (PIM), mas há um esforço e iniciativas que ultrapassam essa dinâmica. “A presença de representantes do setor privado, da universidade e do governo demonstram o interesse em encontrar um espaço para incorporar todos os setores, encontrar demandas tecnológicas e aproveitar o que é gerado pela universidade, e que, às vezes, é perdido ou subaproveitado”.

Segundo Radaelli, a reunião é fruto das ações iniciadas com o PCTI, quando os estados da região Norte demonstraram seus anseios e demandas na área de inovação tecnológica. Ela afirmou que há demandas de curto e médio prazo, as quais começam a tomar forma. “O parque pode ser um canal para capturar a oferta de capital humano, por exemplo. Contudo, ainda será feito um estudo para saber se há viabilidade. Não há nada definido”.

Soares disse que o projeto executivo propões duas linhas temáticas: Bionegócios e TICs. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.

Estudo de viabilidade técnica

A reunião contou com uma apresentação do projeto executivo para a implementação do parque tecnológico, feita pelo secretário-executivo da Secti/AM, Edilson Soares. Ele falou sobre a necessidade de realização de um Estudo de Viabilidade Técnica (EVTE), que baliza as ações, modelos de governança, custo do empreendimento, localização, por exemplo. “Nada ainda está definido, pois depende das especificidades do estado e da região. O EVTE custa em média R$ 600 mil e demora entre um e dois anos para ser realizado, mas queremos realizar em menos tempo”.

O projeto executivo propõe duas linhas temáticas, de acordo com Soares, para o parque tecnológico, são elas: Bionegócios – alinhados as potencialidades regionais para transformar produtos naturais em fitofármacos e fitocosméticos; TICs – devido aos grupos de pesquisa de excelência e startups. Entretanto, Soares salientou que novas propostas podem ser incorporadas.

 

 

Luís Mansuêto – Agência FAPEAM

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