Hemoam colhe frutos do investimento em iniciação científica júnior


Doze estudantes da Escola Estadual Vicente Teles tiveram a oportunidade de participar pela primeira vez do Pibic JR., por meio do qual puderam conhecer o funcionamento da instituição

Letícia Franciele de Lima, 16, é estudante do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Vicente Teles, localizada na avenida Constantino Nery. Ela conta que um de seus sonhos é fazer faculdade para trabalhar na área de saúde e, dessa forma, torna-se uma cientista no futuro. Entre os seus sonhos também está o desejo de salvar vidas e ajudar pessoas. A estudante explica que esse desejo de seguir a carreira científica surgiu durante sua participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Junior (Pibic JR.), da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), que recebe recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).   

No Hemoam, ela e mais 11 estudantes da mesma escola tiveram a oportunidade de participar pela primeira vez do Pibic JR., por meio do qual puderam conhecer o funcionamento da instituição, por exemplo, laboratórios, sala de triagem, setor de coleta de sangue, atendimento ao paciente, obter informações sobre as doenças do sangue. Estas e outras experiências foram apresentadas na última quarta-feira (30), à tarde, na “I Feira de Iniciação Científica do Hemoam”, que termina hoje (01/08).

A abertura aconteceu na Escola Vicente Teles e foi marcada pela apresentação teatral da peça “Proeza de João Grilo”, realizada pelos alunos do 3º ano do ensino médio. A estudante Maria de Fátima da Silva Araújo, 20 anos, explicou que a intenção foi mostrar para os alunos da escola que todos os pacientes são iguais, independente de cor, sexo, raça, classe social.

Lima afirmou que a experiência de trabalhar no Hemoam foi enriquecedora, uma vez que pôde ajudar crianças com leucemia, antes de passarem pela sessão de quimioterapia, na brinquedoteca. Ela ressaltou que aprendeu sobre doação de medula óssea, o que é uma medula óssea e como é feita a doação. “Mensalmente, fazíamos campanhas de conscientização, junto ao público do Hemoam, sobre a necessidade de se doar medula e a importância de se conseguir o maior número de doadores possíveis”.

Segundo Lucivalda Rocha Castro, 27 anos, estudante do 3º ano do ensino médio, o trabalho no Hemoam foi gratificante. Ela aconselha outros estudantes a participaram do Pibic JR. Castro trabalhou na coleta e doação de sangue e revelou que antes não sabia como funcionava o processo.

A coordenadora do projeto e pesquisadora do Hemoam, Adriana Malheiros, doutora em Imunologia pela Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto, e pesquisadora fixada na região por meio da Fapeam, disse que a iniciativa faz parte do programa de Humanização e Melhoria do Atendimento do Instituto, cujo objetivo é otimizar os serviços prestados aos usuários. 

Malheiros contou que a idéia foi colocar o estudante para desenvolver pesquisa e tentar sensibilizá-los sobre a importância de se fazer ciência. Durante um ano, os jovens eram acompanhados por cinco profissionais do próprio Instituto nas atividades que deveriam ser realizadas. “No início, não foi fácil transferir o conhecimento técnico para os estudantes. Houve dificuldade, sim! Mas, hoje é possível ver o crescimento dos jovens como pessoas e profissionais”, destacou.

A cientista disse que os alunos trabalharam quatro temas durante o período da pesquisa: “Humanização do Atendimento na Triagem e Coleta de Doadores de Sangue”; “Doadores de Medula Óssea”; “Atendimento ao Paciente”; “Programa de Satisfação de Doadores”. “Agora, o próximo passo é envolver alunos do ensino fundamental, da 6ª e 7ª séries. Será um novo desafio”, afirmou. 

Para Rosimeire Rodrigues, chefe do Departamento de Operação de Fomento (Deof) que, na ocasião, representou a diretora técnico-científica da Fapeam, Elisabete Brocki, a idéia é conscientizar o estudante sobre a importância da ciência na vida deles. Por isso, a melhor maneira é levar a ciência para onde eles estão: na escola. “Precisamos mostrar o trabalho dos outros estudantes e incentivá-los a participar do processo”, afirmou, ressaltando que os alunos ajudam a quebrar mitos sobre doação de sangue quando repassam as informações que recebem para pais, amigos e familiares.

 

Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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