Hormônios femininos não interferem na mastigação
11/01/2012 – Apesar de os hormônios liberados durante o ciclo menstrual causarem desordens emocionais e físicas nas mulheres, eles não acarretam danos ao padrão de movimento mandibular mastigatório, como dores, sensibilidade ao toque e ruídos das articulações temporais mandibulares e dos músculos mastigatórios, entre outros. É o que aponta a pesquisa de doutorado, realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pelo cientista Jonas Alves de Oliveira.
Desenvolvida na Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp, conforme Oliveira, o trabalho verificou se as desordens odontológicas ligadas ao deslocamento do Disco Articular (DD) estavam ligadas à questão hormonal feminina, o que não foi comprovado nas avaliações do estudo denominado ‘Influência da Flutuação Hormonal sobre o Movimento Mandibular Mastigatório de Portadoras de Deslocamento de Disco Articular’.
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Com incentivos do Governo do Amazonas, por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH Interinstitucional), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), o pesquisador analisou um grupo de 57 mulheres em idade reprodutiva, com idade média de 23 anos e a mesma massa corporal (IMC).
Conforme o pesquisador, o estudo identificou semelhanças, por exemplo, de idade e massa corporal. Entretanto, elas não apresentaram diferenças estatísticas entre os grupos com e sem DD. “Significa que a flutuação hormonal das mulheres não tem efeito no padrão de movimento mandibular mastigatório”, destacou.
Oliveira informou que a pesquisa foi baseada em avaliações clínicas de quatro grupos de voluntárias com e sem deslocamento de Disco Articular, nos quais foram feitas estimativas acerca do movimento mastigatório durante as fases do ciclo menstrual. “O grupo 1 foi composto por 13 portadoras de deslocamento de Disco Articular e ciclo menstrual regular, enquanto o grupo 2 tinha 15 voluntárias com deslocamento de Disco Articular e que faziam uso de contraceptivo oral. O grupo 3 foi composto por 16 mulheres sem deslocamento de Disco Articular e com ciclo menstrual regular e, por último, o grupo 4, chamado grupo controle, o qual foi composto por 13 voluntárias com ausência de deslocamento de Disco Articular e que faziam uso de contraceptivo oral”, explicou o pesquisador.
Segundo ele, foram realizadas 12 avaliações do movimento mastigatório por voluntária em três ciclos menstruais completos. Os traçados dos movimentos mandibulares foram registrados durante a mastigação de uma substância teste, utilizando um equipamento que registra os movimentos da mandíbula (velocidade, abertura e fechamento da boca) em um software para análise.
Conheça o RH Interinstitucional
O programa consiste em apoiar, com bolsa de curta duração, alunos de mestrado e doutorado formalmente matriculados em curso de pós-graduação fora de sede ofertados em Manaus e credenciados pela Capes, para desenvolvimento de atividades acadêmicas na instituição parceira.
Rosilene Corrêa – Agência FAPEAM