Identificados tipos de palmeiras usadas como moradia de barbeiros
Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazonas) identificou quais palmeiras são comumente usadas como habitat pelo barbeiro (triatomíneos), causador da doença de Chagas. Na Amazônia, as palmeiras normalmente são utilizadas pelo barbeiro como moradia. Identificar quais as espécies mais prováveis que servem de abrigo de colônias do inseto pode ajudar no controle e na redução dos riscos de transmissão da doença.
Conforme os autores do projeto, Fernando Abad-Franch e Gonçalo Ferraz, a pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de identificar meios de prevenção da doença e outros insetos vetores de doenças transmissíveis. Eles disseram que o simples procedimento de retirada e limpeza da matéria vegetal (plantas, palha e folhas secas) de palmeiras de grande porte pode combater o transmissor da doença.
“Não importa em qual região da Amazônia o percevejo seja procurado, ele prefere palmeiras grandes e sujas, com muita matéria vegetal morta acumulada na copa. Agora, as equipes de vigilância vetorial passam a ter informações para subsidiar investigações futuras sobre surtos ou casos agudos da doença de Chagas. A palmeira utilizada como moradia provavelmente estará nos arredores da residência do paciente”, afirmou o pesquisador e médico Abad-Frank.
De acordo com os autores da pesquisa, o estudo abre um novo caminho para a redução do risco de contato homem-vetor e a possibilidade de reduzir as taxas de infestação de palmeiras por meio de intervenções de manejo ambiental. “Saber exatamente onde o barbeiro está é importante para o controle de infecções causadas pelo parasita Trypanosoma cruzi. Os dados da pesquisa foram repassados às autoridades sanitárias para contribuir para o combate à doença de Chagas na Amazônia”, avisou Abad-Frank.
Fique por dentro
Conforme informações do Ministério da Saúde (MS), observam-se duas fases clínicas da doença: uma aguda, que pode ou não ser identificada, podendo evoluir para uma fase crônica. No Brasil, atualmente predominam os casos crônicos decorrentes de infecção por via vetorial, com aproximadamente 3 milhões de indivíduos infectados. No entanto, nos últimos anos, a ocorrência de doença de Chagas aguda (DCA) tem sido observada em diferentes Estados, em especial na região da Amazônia Legal.