INCT Adapta discute biodiversidade amazônica e futuro da região


 02/04/2012 – Os primeiros resultados obtidos com os testes realizados com fungos em microcosmos (simulam as condições climáticas de 2100) serão apresentados no 4º Workshop do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Centro de Estudos de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (INCT/Adapta-Amazônia), que conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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O encontro começou nesta segunda-feira, 2 de abril, e prossegue até a próxima quarta-feira, 4 de abril, no auditório da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Durante três dias, serão abordados temas relevantes para o desenvolvimento da ciência na região, como a cadeia produtiva de peixes, a gestão dos recursos hídricos da Amazônia, malária (transmissão e avanços nas tecnologias de controle), peixes da Amazônia e mudanças climáticas, entre outros assuntos. O encontro reúne pesquisadores de vários Estados do País e do exterior.

Conforme o diretor do Inpa e coordenador do Adapta, Adalberto Luis Val, tudo indica que por trás da diversidade biológica da Amazônia há um conjunto imenso de outras informações em nível molecular relevantes para o avanço da ciência no Brasil e no mundo. Ele explicou que os pesquisadores apresentarão os resultados de pesquisas realizadas com fungos em equipamentos que simulam as condições climáticas de 2100, bem como trabalhos finalizados sobre a expressão gênica com o tambaqui.

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/microcosmo.jpg“Em condições extremas de diminuição de oxigênio, o tambaqui apresenta a formação de lábios adaptados para respiração. Estamos entusiasmados com os novos dados. Retornamos de uma excursão pelo Rio Negro, na qual verificamos que organismos de um lugar que estávamos estudando apresentam uma capacidade de regulação iônica (controle de água e sal liberados pelo organismo) diferente daquilo que conhecíamos em outras espécies de peixes”, destacou e acrescentou que o Adapta está contribuindo para o avanço da fisiologia comparada de peixes do Brasil e do mundo.

Quanto ao efeito das mudanças climáticas sobre o crescimento dos fungos amazônicos, Val disse que tomam como base os modelos previstos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) quanto aos gases, temperatura, umidade e luminosidade. “Com as informações obtidas será possível tomar providências para minimizar os efeitos do clima, do ponto de vista biológico, é relativamente curto”, salientou.

Para a pesquisadora do Inpa, Elizabeth Gusmão Affonso, o encontro permite aos cientistas divulgar as áreas em que os grupos de pesquisa estão atuando, gera possibilidades de parcerias ou mesmo sugestões de trabalho, além de compartilhar com os pares e alunos o que tem sido produzido de informações, o que será gerado e onde outros podem se inserir de acordo com a sua linha de pesquisa. 

Aquicultura na Amazôniasrc=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/microcosmo2.jpg

Pela manhã, Elizabeth Gusmão apresentou a palestra ‘Aquicultura na Amazônia Ocidental: pesquisas e transferência de tecnologia’, na qual disse que as pesquisas com peixes têm sido focadas em três espécies principais: tambaqui, matrinxã e pirarucu.

“Temos visto os principais gargalos da aquicultura na região, que têm impedido a cadeia produtiva de avançar, por exemplo, a oferta limitada de alevinos. Para tentar resolver o problema estamos atuando na reprodução de alevinos na fazenda Litiara, em Itacoatira – distante 265 quilômetros da capital. Queremos reproduzi-los em condições de cativeiro”, salientou.

Segundo Gusmão, o problema da reprodução de alevinos em cativeiro se deve ao sério problema de infestação de vermes, responsável por uma perda de quase 80% da produção. O resultado é a baixa oferta de produção induzida, que acaba prejudicando toda a cadeia produtiva. Ela disse que os pesquisadores têm tentado solucionar o problema com o uso de quimioterápicos e fitoterápicos, oriundos da biodiversidade amazônica, além de atuar em parceria com os departamentos de Fitoquímica, Microbiologia e Parasitologia. “Temos que dar uma resposta para os produtores do Amazonas”, afirmou.

4º Workshop do Adapta

O evento conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTa) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e ainda com o patrocínio da Prisma Técnica Química e Científica Ltda., Applied Biosystems e Biotec Controle Ambiental Ltda.

O Adapta representa um conjunto de atividades de Biologia Aplicada e tem como proposta buscar um novo momento no estudo das adaptações de organismos aquáticos da Amazônia por meio da incorporação de novos equipamentos, da estruturação de um serviço de bioinformática, da capacitação de pessoal em todos os níveis, além da produção de livros paradidáticos sobre os estudos.

Foto1: Laboratório Microcosmos no Inpa simula efeitos do clima sobre espécies de peixes (Crédito: Cristiane Barbosa)

Foto 2: Experimento com peixes no Laboratório Microcosmos (Crédito: Cristiane Barbosa)

Luís Mansuêto – Agência FAPEAM

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