Iniciação científica é destaque em mostra da Embrapa
Adentrar no mundo da ciência, participando diretamente de projetos de pesquisa sob a orientação de pesquisadores mais experientes, é uma oportunidade que alunos de graduação têm por meio da iniciação científica. Os resultados parciais de 23 pesquisas de iniciação científica que estão sendo desenvolvidas neste ano na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Ocidental serão apresentados nesta quarta-feira, 24, das 8h às 16h30, na sede da Empresa.
As pesquisas são financiadas pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e pelo Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic-AM), que contam respectivamente com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
Na programação, cada um dos 23 bolsistas fará a apresentação do projeto desenvolvido por ele e que está integrado a projetos de referência desenvolvidos por pesquisadores da Embrapa em áreas como Biologia Molecular, Piscicultura, Silvicultura, Gestão Ambiental, Melhoramento Genético, Pecuária, Sistemas Agroflorestais, entre outras. Os estudantes são alunos de Ciências Biológicas, Agronomia, Engenharia Florestal e Comunicação Social, oriundos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Centro Universitário Nilton Lins, Uninorte e Ciesa.
O pesquisador Luiz Inoue, coordenador do Paic-AM e Pibic na Embrapa Amazônia Ocidental, explicou que, por meio desses programas, os estudantes têm o primeiro contato com a pesquisa científica de forma planejada, dando base ao aluno para decidir se entra na carreira científica e assim se preparar para opções futuras de mestrado e doutorado.
Outro ganho citado por Inoue é a possibilidade de aprender com diversas áreas de conhecimento além da que normalmente está habituado e assim interagir com alunos e profissionais de áreas e instituições afins.
Aprendizados da ciência para o dia-a-dia
Segundo o relato dos alunos, a experiência de fazer pesquisa e lidar com as probabilidades de erros e acertos e persistir com várias tentativas buscando novas soluções para um problema contribui não só para a prática acadêmica mas também possibilita aprendizados para a formação pessoal e profissional. “Cada dia é uma descoberta, em que fazemos vários testes para conseguir um resultado, que às vezes pode não dar certo ou pode vir além do esperado”, contou a estudante de Biologia Daphne Bertho da Silva, 21, que faz a iniciação científica colaborando em uma pesquisa que estuda a diversidade genética do guaranazeiro.
A iniciação científica abriu portas também para a estudante Sandra Barbosa de Souza, 31, bióloga, que participou do programa na Embrapa no ano passado e neste ano, depois de graduada, ingressou como bolsista de Desenvolvimento Tecnológico Industrial na empresa. “Antes a minha visão do curso de Biologia era só a formação para dar aula. Fazer iniciação científica me despertou para trabalhar com pesquisa e me preparar para o mestrado”, contou.
A trajetória de bolsista a orientador
O longo caminho da iniciação científica ao doutorado está presente na história de alguns pesquisadores. Em 1988, Ronaldo Morais, era estudante de Biologia e bolsista de iniciação científica na Ufam. Daí seguiu carreira e durante 19 anos foi bolsista desde a graduação até o doutorado. “O investimento do governo brasileiro por meio de bolsas de estudo proporcionou para mim uma excelente oportunidade de avanços profissionais e pessoais. Por meio das bolsas, pude obter conhecimentos em diversas áreas de interesse profissional, tanto dentro, como fora do Brasil”, contou Morais.
Segundo ele, bolsas de estudo como a de iniciação científica não devem ser vista meramente como auxílio financeiro, mas sim, como uma oportunidade de obter conhecimentos e mostrar aos pares a competência para desenvolver atividades de pesquisas, pois representa cartão de visita na área científica. “Como estagiário e bolsista, tive a oportunidade de conhecer as pesquisas desenvolvidas em vários centros de pesquisas do Amazonas como a Ufam, Inpa e Embrapa e internacionais com a Universidade de Hamburg na Alemanha”, frisou.
Com informações da Embrapa Ocidental
Por Síglia Regina