Inpa pesquisa potencial de espécie de ingazeira


03/08/2012 – Quem passa todos os dias pelo estacionamento da Faculdade de Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) ou ao longo de um canteiro da estrada que circunda o bairro Compensa pode nunca ter percebido a existência de uma espécie de ingazeira por ela ser pouco conhecida na cidade de Manaus. O estudo que o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Afonso Rabelo, realizou sobre a Inga laurina (Sw.) Willd, conhecida popularmente como ingá-chichica ou ingá-de-macaco, mostra que a espécie possui uma grande facilidade em se propagar em qualquer terreno, é resistente a períodos prolongados de estiagem, solos compactados de baixa fertilidade além de ter crescimento rápido e certa imunidade a pragas como ervas de passarinho e doenças.

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Possivelmente nativa da Amazônia, segundo o pesquisador, a espécie é comumente encontrada em florestas primárias e predominante em ecossistemas de terra firme, podendo ser encontrada na Reserva Ducke e em florestas de várzeas. É encontrada ainda, no sul da América do Norte, América Central e na América do Sul (em quase todos os Estados do Brasil). Esse tipo de ingazeira pode atingir até 15m de altura e, em áreas abertas, possui o caule curto, formando uma estrutura ornamental e com folhas perenes.

Entretanto, a falta de conhecimento sobre o potencial frutífero, paisagístico e ornamental da população de Manaus sobre essa espécie de ingazeira é grande, tornando-as esquecidas. Contudo, em outras partes do Brasil, como a região Centro-Oeste, ela é cultivada na arborização urbana. “Em Brasília (DF), a espécie é bastante cultivada no espaço chamado de Bosque dos Constituintes, com 62 plantas”, exemplificou o pesquisador.

Potencialidades da espécie

A utilização dessa espécie é ainda aconselhada em sistemas agroecológicos, criação de abelhas, recuperação de áreas degradadas, sombreamento para culturas que não toleram luminosidade intensa e também na arborização urbana, paisagismo e estacionamentos para carros. “Essa espécie de árvore, por ser de rápido crescimento e é indicada como excelente planta para recuperação de mata ciliar”, comentou Rabelo.

Para o cultivo da Ingá laurina, deve-se colocar as sementes para germinar imediatamente após a coleta dos frutos maduros, pois elas não toleram a secagem. “Após a semeadura, a emergência das plântulas ocorre a partir de duas semanas, com alta taxa de germinação. Os frutos do ingá-chichica, de um sabor adocicado são geralmente consumidos na forma in natura e são muito importantes na dieta de animais silvestres como os macacos, pássaros e roedores”, explicou.

Para mais informações sobre esta espécie e outras fruteiras nativas da Amazônia, acesse o blog: frutasnativasdaamazonia.blogspot.com ou adquira o livro ‘Frutas nativas da Amazônia comercializadas nas feiras de Manaus-AM’, publicado pela Editora Inpa – (92) 3643 3223 / 3642 3438 (fax) ou editora@inpa.gov.br – em março de 2012.

Fonte: Juan Mattheus – Inpa

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