Inpa: solenidade marca comemorações de 54 anos
Em seu discurso, o diretor do Instituto, Adalberto Luis Val, agradeceu a todos os estudantes, pesquisadores, técnicos e especialistas que tanto têm contribuído para a produção de informações relevantes sobre a região. E, ressaltou a necessidade de se produzir dados científicos de acordo com a demanda da sociedade.
Durante a inauguração da galeria dos ex-diretores do Inpa, Val disse que a galeria é uma forma de reconhecer a ação de cada ex-diretor na constituição do Instituto e compartilhou com os presentes a árdua tarefa de dirigir um Instituto do tamanho do Inpa.
Ele citou como exemplo as dificuldades orçamentárias pelas quais o Órgão passou no ano passado. “Graças ao trabalho do Ministro Sérgio Rezende, o Inpa conseguiu saltar de um orçamento de R$ 17 milhões para R$ 22 milhões”, comemorou e lembrou também do compromisso dos pesquisadores, “os quais tanto se esforçaram para aprovar projetos de âmbito nacional e, assim, obter mais recursos para pesquisas”.
Segundo ele, hoje, o Inpa realiza cerca de 200 projetos de pequisa, muitos dos quais com viés na inclusão social e socialização da informação científica. “A ciência é uma atividade social com fins sociais”. Val explicou que nem todos os pesquisadores estão preparados para divulgar informação científica para o grande público, por isso, a forma encontrada para divulgar os dados são livros, cartilhas, que contam, em sua concepção, com a ajuda de outros profissionais e que têm uma linguagem mais simples.
Em relação aos quatro estudantes de mestrado em entomologia (estudo dos insetos), que ficaram desaparecidos por mais de 30 horas na Reserva Florestal Adolpho Ducke, Val disse que a notícia de que eles tinham sido encontrados ontem (24/07), às 22h, foi rececida com o coração aflito. “Os estudantes são nossas jóias. Pesquisa não é feita somente em laboratório, mas em campo. No campo, há surpresas, desafios, emprevistos”.
Desafios estes que são superados a cada ano, por cada novo diretor. Foi o que enfatizou Marcos Barros, ex-diretor do Instituto. Em relação aos desafios, ele citou o exemplo dos recursos. “Quando assumi a direção do Inpa o orçamento era de apenas R$ 5 milhões. Hoje, é uma outra realidade. O Inpa faz a Amazônia dormir em berço esplêndido”. Além disso, ele também destacou a contribuição do Instituto para o desenvolvimento da região e do país. “Uma nação não se desenvolve sem gerar conhecimento”. O mesmo pensamento foi compartilhado pelo senador João Pedro
Segundo o senador, a pesquisa é feita com abnegação e teimosia. “O Inpa tem muito disso: a capacidade de encantar o visitante com o conhecimento produzido por seus pesquisadores. O futuro da Amazônia e do Brasil depende do conhecimento produzido nessa instituição”, enfatizou.
Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, Luiz Castro, é no Inpa onde os povos da floresta se apropriam do conhecimento produzido, ou seja, onde há interação com as comunidades do interior, preservação da biodiversidade.
Já Arminda Mourão, filha do ex-diretor Amilton Mourão, emocionou-se ao lembrar do pai, homenageado na galeria dos ex-diretores. Ela lembrou de quando ele (Mourão) a levava para o antigo prédio do Instituto, localizado no Centro da cidade, onde situações inusitadas aconteceram, por exemplo, quando uma cobra conseguiu fugir de uma gaiola e assutar a todos. “Era um local de pesquisa e estudo. O Inpa é um local que fascina. É o nosso orgulho e nossa casa de pesquisa”.
Durante a solenidade, também houve o lançamento dos livros:
“Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos – GEEA – Caderno de Estudos