Instituições e pesquisadores se reúnem em conferência inédita na região Norte do Brasil para debater a leishmaniose cutânea
A partir da próxima segunda-feira (10), especialistas de várias partes do mundo estarão reunidos em Manaus (AM), para debater sobre a leishmaniose tegumentar (cutânea e mucocutânea), uma doença negligenciada por não despertar o interesse das indústrias farmacêuticas e com alta incidência na região Norte do Brasil. A 1ª Conferência Internacional em Leishmaniose Cutânea na região amazônica acontecerá no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em período integral, e prosseguirá até a próxima quinta-feira (13).
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Durante os quatro dias de conferência serão promovidas 35 palestras, conferências, debates, apresentações de trabalhos, painéis e minicursos sobre o assunto visando discutir diretrizes e novas perspectivas de pesquisas na área de inovação e tecnologia desta doença negligenciada, principalmente, no que se refere ao diagnóstico, tratamento, prevenção e combate à leishmaniose.
A cerimônia de abertura acontece na segunda-feira (10), a partir das 18h, seguida da conferência do Dr. Edgar Marcelino de Carvalho, da Fiocruz, às 19h.
“O assunto é de relevante importância mundial por ser uma discussão que envolve uma doença negligenciada e que pode ser encontrada em diversos países do mundo”, diz a presidente da 1ª Conferência Internacional em Leishmaniose Cutânea, a pesquisadora do Inpa, Antonia Maria Ramos Franco, do Laboratório de Leishmaniose e Doença de Chagas.
Confira a programação completa no site do evento www.iccleish.com
A Conferência tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM); da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS); da Fundação Oswaldo Cruz/AM, do Drugs for Neglected Diseases Initiative (DNDi); da Biotec Controle Ambiental; da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs); Sociedade Brasileira de Parasitologia; do National Institute of Health; University of Helsinki, Kansas Sates University, entre outras.
SOBRE A DOENÇA
Segundo dados de estudo sobre estimativa global das Leishmanioses, realizado pelo professor Jorge Alvar e colaboradores, publicado na PLOS One em 2012, cerca de 220.000 casos humanos são notificados por ano em 98 países, sendo que o Brasil, ao lado do Afeganistão, Colômbia, Irã, Síria, Etiópia, Sudão (norte), Costa Rica e Peru, juntos contribuem com cerca de 70% a 75% da incidência total de leishmanisoe cutânea. Na América Latina a maior incidência de casos da doença ocorre no Brasil.
A leishmaniose é transmitida pela picada da fêmea do inseto flebotomíneo infectado e pode ser cutânea (feridas na pele) ou visceral (ataca vários órgãos internos). Ambas as formas clínicas têm evolução crônica. A forma visceral é fatal quando não tratada e algumas formas cutâneas podem causar grandes deformações. Circulam no Estado do Amazonas quatro espécies do agente etiológico causador da doença cutânea humana dentre as sete na região Norte do País, assim como, no Brasil.
De acordo com dados do Portal Saúde do Governo Federal, em 2013 foram notificados 18.226 casos, sendo que a região Norte apresentou 8.407 registros, o que representa 46,2% do total. O Amazonas é o segundo colocado com 1.429 casos (16,9%) ultrapassado pelo Pará com 3.058 casos (36,2%).
Fonte: Luciete Pedrosa – Ascom Inpa