Interação entre educação, ciência e inovação tecnológica é discutida em Fortaleza
03/12/10 – Fortaleza/CE – “Hoje a questão da pesquisa aliada à educação deve estar muito mais relacionada à qualidade do que é produzido do que somente à quantidade da produção intelectual”. Esta foi uma das observações feitas pelo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, durante o painel que discutiu na tarde de quinta-feira, 2 de dezembro, as perspectivas da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Superior, para os próximos quatro anos.
As discussões acontecem durante o Fórum Nacional de C,T&I – Consecti e Confap na cidade de Fortaleza/CE e contam com a presença do presidente do CNPq, Carlos Aragão, do secretario de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério de Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota, entre outras autoridades.
As relações do sistema nacional de C&T do governo com a educação, além das parcerias com as empresas particulares deram o tom das discussões durante as palestras, no primeiro dia do evento. Aragão destacou que no Fórum estão reunidos os atores capazes de promover as mudanças necessárias para que a ciência se desenvolva, a partir da educação e assuma seu papel na outra ponta que é atender às demandas da sociedade.
De acordo com os dados apresentados pelo presidente da Capes, o Brasil formará em 2010 cerca de 12 mil novos doutores. Outro dado aponta para uma carência de profissionais na área de engenharia, o que pode afetar o desenvolvimento do país no futuro, o mesmo acontece em outras áreas como a falta de especialistas para pesquisar a biodiversidade amazônica.
Para o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect) e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), Odenildo Sena, essa situação é preocupante e precisa ser revertida. “Os dados mostram que a presença das undações estaduais de amparo à pesquisa foi fundamental para o avanço da ciência no país, avançou-se muito, mas ainda é pouco. Este é o desafio para os próximos anos”, destacou.
Educação básica
Discurso comum entre o presidente da Capes e o secretário de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério de Ciência e Tecnologia é que tudo hoje passa pelos investimentos e melhoria na qualidade da educação básica.
A ausência de pesquisadores e profissionais em áreas específicas está de alguma forma relacionada aos investimentos feitos na educação, pois a formação desses profissionais deve acontecer desde o início da vida acadêmica, ou seja, na educação básica.
“O Brasil vive um momento particular na produção de conhecimento, mas percebemos um desafio no momento de transferir este conhecimento para o setor produtivo e em dispor de pessoal capacitado. Evoluir a qualidade da educação básica é fundamental para que no futuro possamos levar o país a ter um desenvolvimento social e sustentável pleno”, destacou Mota.
Ulysses Varela – Agência FAPEAM