Investimentos de R$ 30 mi garantem floresta em pé
O que parece ser um plano ecologicamente correto, de longo prazo, já é realidade, graças à criação de seis Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), que receberão investimento total de R$ 30 milhões, dos quais R$ 11,6 milhões vêm da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e o restante Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os INCTs ocupam posição estratégica no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e têm três missões: pesquisa, formação de recursos humanos e transferência de conhecimentos para a sociedade.
O presidente da Fapeam, Odenildo Sena, considera os Institutos um dos investimentos mais ousados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para o avanço de C&T no país, garantindo a consolidação da pesquisa que vai permitir um melhor desenvolvimento sustentável da Amazônia, com ganhos para a população do ponto de vista ambiental, social e econômico.
O projeto que prevê a criação do Centro de Estudos de Adaptação da Biota Aquática da Amazônia, por exemplo, vai receber recursos de R$ 7 milhões, dos quais R$ 2,8 vem da Fapeam. O grande desafio será fazer um levantamento dos tipos de organismos existentes em uma determinada região, e descobrir qual substância é produzida por eles que inibem fungos, bactérias e vírus. As coletas serão feitas em igarapés, rios, matas de igapós e os dados serão armazenados em um banco para identificação de produtos de valor comercial.
Já o Centro de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (Cenbam) pretende consolidar as pesquisas sobre biodiversidade, tornando-as mais competitivas nacionalmente para captação de recursos. A idéia é capacitar pessoal em diversos níveis, desde alunos do ensino médio até a pós-graduação. A infraestrutura também será readequada, com a implementação de museus, herbários e coleções vivas. Para isso, o projeto receberá investimentos de R$ 7,1 milhões.
Contenção do desmatamento
O Centro Nacional de Pesquisas e Inovações de Madeiras da Amazônia possibilitará dobrar o aproveitamento da madeira amazônica que, inclusive, é uma das metas do Plano Amazônia Sutentável (PAS), do governo federal. A ajuda vem dos recursos de R$ 4,8 milhões, que serão usados na melhoria dos laboratórios de tecnologia da madeira e na realização de intercâmbio técnico-científico, permitindo a transferência de tecnologia. Para o coordenador do projeto, Niro Higuchi, é a chance de recuperar o tempo perdido e evitar o aumento do desmatamento.
Para entender as causas da poluição e minimizar os problemas gerados à saúde humana, além de trabalhar a educação ambiental dentro do contexto das mudanças climáticas, foi criado o INCT Energia, Ambiente e Biodiversidade, que receberá investimentos de R$ 4,5 milhões. Com missão semelhante está o Instituto Nacional de Serviços Ambientais da Amazônia (Senvam) que pretende transformar os serviços ambientais em fluxos monetários para ocupar o lugar da destruição da floresta. Responsável pelo projeto, o pesquisador Philip Fearnside acredita que a saída para a contenção do desmatamento está na elaboração de políticas públicas.
Não menos importante é o INCT Brasil Plural – Novas Realidades Brasileiras, que promete a articulação de pesquisadores renomados do Amazonas e de Santa Catarina, principalmente na área de antropologia. Nesse projeto está explícito a integração entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapesp), a Fapeam e o CNPq, que juntos estão investindo R$ 2,4 milhões.
Todas essas ações resultam em esforço para permitir que a floresta continue preservada e a população possa ter uma melhor qualidade de vida. Ainda dentro dessa estratégia está a inauguração da sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), na próxima quarta-feira (21/10), que integra o calendário de eventos da instituição dentro da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
A Fapeam é a principal parceira na realização do evento no Amazonas, com recursos que chegam a R$ 200 mil do montante total de R$ 380 mil que estão sendo investidos no evento. O restante dos recursos vem das demais instituições que apoiam o evento, sendo R$ 70 mil do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
INCT
VALOR TOTAL
VALOR FAPEAM
VALOR CNPq/BNDES
VALOR FAPESC
ADAPTA-AMAZÔNIA
7.008.355,20
2.849.079,20
4.159.276.00
0
Madeiras da Amazônia
4.796.321,06
2.080.000,00
2.716.321,06
0
Serviços Ambientais
4.099.777,20
2.275.418,92
2.210,777,20
0
Biodiversidade
7.196.703,82
2.795.501,88
5.196.703,82
0
Energia Ambiente e Biodiverdidade
4.500.000,00
1.000.000,00
3.634.869,88
0
Brasil Plural
2.400.000,00
600.000,00
1.200.000,00
600.000,00
TOTAL
30.001.157,28
11.600.000,00
19.108.947,96
600.000,00
Leila Ronize – Agência FAPEAM