Investimentos em inovação são altos, mas firmas brasileiras ainda inovam pouco


23/09/2013 – A produtividade brasileira ainda está no mesmo nível dos anos 80. O cenário é considerado preocupante, visto que impacta diretamente no desenvolvimento da inovação nas empresas do País. Esse foi um dos alertas dados pelo pesquisador titular de economia e diretor do Centro de Políticas Públicas do Inper Instituto de Ensino e Pesquisa, Naércio Menezes Filho, durante o Seminário de Avaliação de Políticas Públicas em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), ocorrido nesta sexta-feira (20/09), no auditório do Senai, zona sul.

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Inovação e Produtividade no Brasil, esse foi o tema abordado na palestra de Naércio Menezes (Foto: Cristiane Barbosa)

Inovação e Produtividade no Brasil, esse foi o tema abordado na palestra de Naércio Menezes (Foto: Cristiane Barbosa)

O evento foi realizado pela Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e apoio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM).

O pesquisador revelou ainda que o governo investe alto para impulsionar a inovação no setor produtivo brasileiro, entretanto, as firmas brasileiras inovam pouco, deixando o País atrás no ranking de inovação. Além disso, o nível de patentes nacionais ainda está muito aquém dos grandes centros, segundo dados apresentados por Menezes Filho.

“Por que com tantas políticas públicas a gente não consegue avançar?”, questionou. Segundo ele, não é por falta de incentivos que o Brasil não cresce na inovação e é necessário adotar uma política de incentivo para o crescimento das firmas que já se acomodaram.

Sobre o evento

A inovação é uma questão de ordem no Brasil, principalmente para empresas que buscam perenidade. Segundo o coordenador-geral do evento e pesquisador da Fucapi, Renilson Silva, a ideia do seminário surgiu pela percepção do distanciamento entre a indústria e a academia. Silva ressaltou ainda que os investimentos em inovação pelo governo não são mensurados e falta uma efetiva medição dos impactos desses recursos na ponta, ou seja, nas empresas.

Por isso, na visão do coordenador, é necessário avaliar os investimentos para otimizar esses recursos. “A Fucapi está preparada para mensurar, avaliar essas políticas e dar melhor direcionamento para a aplicação dos recursos públicos”, destacou Silva.

O diretor de Educação da Fucapi, Niomar Pimenta, ressaltou que um evento dessa natureza contribui de forma significativa para a geração de conhecimento e para reconfigurar o atual cenário da produtividade e de inovação no Amazonas.

“A essência desse evento é contribuir para que a ciência e o desenvolvimento tecnológico, que tanto se discute e se investe, tragam benefícios para a sociedade. Isso acontecerá à medida que os produtores de conhecimento que estão na academia, nos institutos tecnológicos transfiram esse conhecimento para as empresas”, disse.

Política de monitoramento

“Qual a questão científica e tecnológica mais estratégica a ser debatida pela indústria e pela academia nesse momento para o Estado do Amazonas?” Com esse questionamento, Edilson da Silva Pedro, analista em planejamento e gestão de CT&I do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), iniciou sua fala no seminário.

O analista do MCTI destacou que para se chegar a essa resposta é preciso haver um grande debate e um levantamento de quais são as iniciativas e  programas estratégicos voltados para o setor e também para a formação de recursos humanos pelas universidades, pelo governo e pela indústria.

Pedro apontou a importância do debate amplo sobre um cenário transparente para formulação de política que priorize e defina a competência científica e tecnológica do Estado. Ele informou que a avaliação deve trazer à tona essa transparência para que a sociedade possa participar da governança do sistema.

“A avaliação das políticas públicas tem um papel fundamental para trazer para a discussão a política da ciência. Não é só fazer ciência, mas é importante se fazer a política da ciência. A ciência que nós precisamos é também determinada por essa política”, afirmou.

Ele anunciou ainda que está sendo elaborado um monitor de avaliação de políticas públicas a ser lançado no site do MCTI. “O objetivo não é apenas avaliar e ter feedback (retorno),  mas também informar a sociedade e dar transparências aos processos do MCTI”, destacou.

Fonte: Cristiane Barbosa – Gestão da Imagem/Fucapi

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