Jovens cientistas alavancam economia em comunidade indígena


07/03/2011 – O projeto de pesquisa ‘Educação Agroflorestal para formação de agentes agroflorestais indígenas na comunidade de Tunuí Cachoeira’, do pesquisador Rinaldo Sena Fernandes, do Instituto Federal do Amazonas – Campus São Gabriel da Cachoeira, incentiva jovens pesquisadores ao cultivo de espécies frutíferas nas próprias comunidades.

Mestre em Agronomia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fernandes explicou que uma equipe de seis alunos do Ensino Médio participa do projeto por meio do Programa Jovem Cientista Amazônida (JCA), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). As espécies cultivadas foram o açaí, o ingá e a ‘cucura’, conhecida em outras regiões da Amazônia como ‘mapati’ ou uva-da-amazônia.

O pesquisador levou em consideração também as espécies que formam a base alimentar das populações indígenas, como a mandioca, batatas, carás, jerimuns e uma grande variedade de pimentas utilizadas tanto para consumo in natura, quanto na preparação da ‘quinhapira’ (caldo de peixe com pimentas), ou ainda na fabricação da ‘jiquitaia’ (pimenta desidratada e pilada com ou sem sal).

Unidades Demonstrativas serviram como base

vspace=10Fernandes ressaltou que, a partir do estudo, foi definida a implantação de Unidades Demonstrativas (UDs), que são locais para atender especificamente à necessidade de experimentação e observação dos estudantes e à sistematização de resultados para elaboração de material de apoio didático. “Nesse sentido, foi delimitado o uso da agrobiodiversidade local como base para os sistemas agroflorestais na região”, afirmou.

A partir das UDs, os participantes puderam mostrar para a comunidade a viabilidade de práticas agroflorestais tais como o manejo de espécies nativas, ou ainda a implantação de meliponários para a criação de abelhas sem ferrão. “Isso pode se tornar uma importante fonte de alimento de valor nutricional ou ainda como alternativa para geração de renda”, explicou o pesquisador.

Pesquisas em áreas indígenas precisam passar pelo Comitê de Ética

Segundo Fernandes, todo projeto de pesquisa que envolve conhecimentos tradicionais ou a entrada em terras indígenas depende de autorizações legais, que muitas vezes são demoradas e podem comprometer o desenvolvimento do trabalho.

Fomento à pesquisa foi essencial

O professor considerou fundamental o apoio da FAPEAM para o financiamento das atividades e das bolsas para a execução do projeto. “Dificilmente conseguiríamos elaborar uma proposta com essa finalidade para alcançar a região do Rio Içana sem fomento”, comentou.  

Saiba mais sobre o JCA

O Programa Jovem Cientista Amazônida (JCA) consiste em apoiar, com bolsas e auxílio-pesquisa, pesquisadores de Instituições de Pesquisa e Ensino Superior (Ipes), organizações governamentais e não governamentais de comprovada qualificação em pesquisa científica ou tecnológica sediadas no Estado do Amazonas que desenvolvam pesquisas, promovendo a inclusão social de estudantes dos ensinos Fundamental (5ª a 8ª série) e Médio de escolas públicas e de educação indígena.

Sebastião Alves – Agência FAPEAM

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