Leishmaniose Tegumentar Americana é alvo de pesquisa em Coari


21/08/2012 – Um estudo realizado no município de Coari (distante a 540 quilômetros de Manaus) analisou os aspectos epidemiológicos dos casos de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) notificados no município. A LTA é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. Na pesquisa, observou-se que a LTA no município está diretamente relacionada à exposição ocupacional de trabalhadores da indústria petrolífera.

A pesquisa foi apresentada na 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), via Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape). Ao todo, foram 42 trabalhos que contaram com auxílio da FAP para ir ao evento.

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Intitulada ‘Leishmaniose Tegumentar Americana associada à exposição ocupacional de trabalhadores da indústria petrolífera na Amazônia Brasileira’, a pesquisa da universitária Priscilla Heckmann teve o objetivo de descrever os aspectos epidemiológicos dos casos de LTA notificados no município de Coari, em especial, aqueles associados à atividade ocupacional em indústria petrolífera.

No total, foram notificados 366 casos no período de 2008 a 2010. Destes, 99% são indivíduos do sexo masculino e 1% do sexo feminino. Em relação à idade foram observados mais casos na faixa etária entre 20 e 40 anos. Dos casos notificados, 89,9% dos indivíduos infectados eram trabalhadores de indústria petrolífera, com baixa escolaridade e com a forma cutânea da doença (99%).

“Concluímos que em Coari, a LTA se apresenta praticamente sob a forma cutânea da doença. Ela está intimamente relacionada à exposição ocupacional de trabalhadores da indústria de exploração do petróleo, do sexo masculino, com idades entre 20 e 40 anos, com baixo nível socioeconômico e baixa escolaridade”, ressaltou.

Graduanda do curso de Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Heckmann informou que dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que a LTA constitui um grave problema de saúde pública em 88 países, distribuídos em quatro continentes, com registro anual de 1 a 1,5 milhão de casos. No Brasil, a doença apresenta ampla distribuição com registro em todas as regiões, com incidência nos Estados da região Amazônica.

Levantamento

Conforme a acadêmica, os dados epidemiológicos foram obtidos na Secretaria Municipal de Saúde e no Instituto de Medicina Tropical da Cidade de Coari-AM. As variáveis analisadas foram número de casos, gênero (sexo), faixa etária, tipo de trabalho, escolaridade e tipo de lesão.

Sobre o Pape

Esse programa consiste em apoiar, com passagens aéreas, pesquisadores e estudantes de graduação ou pós-graduação, para apresentarem trabalhos em eventos científicos e tecnológicos nacionais e internacionais.

Para mais informações sobre a LTA, clique aqui.

Redação: Esterffany Martins
Edição: Jesua Maia – Agência FAPEAM

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