Lixo orgânico é transformado em ração animal


 Especial Sinapse da Inovação- A pesquisa usa as larvas das moscas no processo de produção e pretende oferecer uma nova alternativa para o mercado regional no segmento de ração animal

 Uma pesquisa desenvolvida no Amazonas com apoio do Governo do Estado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) está transformando o lixo orgânico, oriundo de feiras e restaurantes de Manaus, em ração para animais. O produto desenvolvido pela empresa “Natuprotein”, contemplado no programa Sinapse de Inovação, pretende oferecer uma nova alternativa para o mercado regional no segmento de ração animal.

MVI_0343.MOV.06_18_14_02.Quadro001As larvas das moscas, que se alimentam do lixo orgânico, desenvolvem uma biomassa proteica rica em nutrientes que pode ser utilizada na produção da ração sustentável 

O coordenador da pesquisa, Carlos Gustavo Nunes, explicou que o projeto constitui na conversão da matéria orgânica residual em proteína. As proteínas são as larvas das moscas  que se alimentam dos resíduos e  se desenvolvem produzindo uma biomassa proteica que é  aproveitada para  produção de uma ração sustentável para animais.

“Essa biomassa proteica é tão boa quanto à proteína que já é utilizada, atualmente, para rações de animais na pecuária, e em quantidade suficiente para que consiga atender a demanda que é muito grande na nossa região. A biomassa proteica tem a palatabilidade interessante para os animais, no caso, da piscicultura e aves, principalmente. Além disso possui uma boa quantidade de nutrientes”, disse o pesquisador.

Assista a reportagem produzida pela TV FAPEAM

Outro ponto que Nunes destacou é que além de oferecer ao mercado um novo produto, a matéria-prima ainda ganha destino sustentável tendo em vista que os resíduos  antes  descartados se tornaram  a nova base para ração.

“Se pensarmos no aspecto mais amplo, estamos convertendo um resíduo que pode ser considerado até problemático na cidade ou no campo em uma matéria-prima abundante para ser utilizado na cadeia produtiva do pescado. Um dos principais gargalos para essa produção de pescado na região são os insumos, ou seja, até 70% do custo na piscicultura é oriundo da ração”, contou.

MVI_0361.MOV.06_20_43_05.Quadro001A pesquisa é desenvolvida com apoio do Governo do Amazonas via  Fapeam na Universidade Federal do Amazonas (Ufam)

A pesquisa já está em fase de protótipo. Nunes disse que a equipe já dominou a conversão do resíduo orgânico em biomassa proteica  utilizando os insetos. A equipe também  já tem condições, hoje, de fazer o suplemento proteico e com isso adiciona-lo a outros ingredientes da ração. O resíduo desse processo também pode ser utilizado na indústria de biofertilização orgânica como, por exemplo, na nutrição de plantas.

A equipe também trabalha nas análises da massa proteica como: nutricionais e químicas e nas análises dos rejeitos do processo do biofertilizante.

“Do resíduo orgânico retiramos a proteína e o rejeito desse processo pode ser utilizado na agricultura como húmus (adubo produzido por minhocas a partir de restos de matéria orgânica)” concluiu o pesquisador.

Sinapse de Inovação

A ração para animais é um dos 28 projetos aprovados no âmbito do Programa Sinapse de novação fruto da parceria firmada entre o Governo do Amazonas, via Fapeam, com a Fundação Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), que visa transformar ideias inovadoras em negócios de sucesso, além de fortalecer o empreendedorismo o cenário inovador e econômico no Amazonas.

MVI_0342.MOV.06_18_11_04.Quadro001Os resíduos do processos da produção da ração também podem ser usados como biofertilizantes 

 

Texto e Fotos – Esterffany Martins –Agência Fapeam

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *