Mãe salmão, filho truta


Um grupo de pesquisadores japoneses conseguiu desenvolver gametas – células sexuais – de trutas arco-íris em salmões estéreis, demonstrando uma técnica que poderá ser empregada para garantir a preservação genética de determinados tipos de peixe, de acordo com artigo publicado na edição desta sexta-feira (14/9) na revista Science.

Diversos salmonídeos, membros da família que inclui trutas e salmões, estão extintos ou em risco de extinção. O número de espécies declinou notavelmente nas últimas décadas e muitos têm tentado criar meios para deter essa tendência.

Híbridos de salmão e truta não sobrevivem e a técnica de criopreservação de ovas não funciona, pois as ovas de peixe são grandes demais e têm alto teor de gordura.

Procurando alternativas para as técnicas utilizadas para chocar as ovas, a equipe de cientistas liderada por Tomoyuki Okutsu, da Universidade de Tóquio de Ciência e Tecnologia Marinha, implantou material reprodutivo masculino de uma truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) adulta em um espécime estéril, macho, de salmão masu (Oncorhynchus masou).

O salmão gerou exclusivamente gametas machos de trutas arco-íris. Salmões fêmeas submetidas a um processo semelhante de transplante com material reprodutivo de trutas macho também geraram ovas de truta.

Utilizando o salmão e as técnicas reprodutivas, Okutsu e equipe produziram uma geração de peixes derivados dos doadores, sugerindo que pode ser possível gerar peixes de espécies extintas ou sob risco de desaparecimento, uma vez que o material reprodutivo pode ser preservado com sucesso.

O artigo Production of trout offspring from triploid salmon parents, de Tomoyuki Okutsu e outros, pode ser lido por assinantes da Neurology em www.neurology.org.

Agência Fapesp

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