Mamão é utilizado para elaboração de pomada cicatrizante


02/01/12 – O mamão é uma das frutas mais conhecidas pela população, seja pelo o seu valor nutritivo ou pelo seu poder medicinal. Uma pesquisa desenvolvida por professores e alunos de uma escola pública de Manaus com a fruta tem por objetivo estudar as propriedades farmacológicas do mamão para criação de uma pomada cicatrizante voltada para queimaduras.

 

A pesquisa, coordenada pela Bioquímica e professora Valéria de Andrade na Escola Estadual Ondina de Paula Ribeiro (zona Sul), está sendo feita com o mamão hawai. De acordo com a pesquisadora a espécie, além de ser mais fácil de ser encontrada na região também possui um dos mais importantes princípios ativos que é a papaína, uma enzima que ajudar a acelerar a cicatrização das feridas.

 

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/mama.jpg“No inicio foram feitos testes no fruto (polpa e casca) para detectar em qual dessas partes a concentração de papaína é maior, utilizando testes cromatográficos. Posteriormente realizamos a extração da enzima a partir de dois processos (alcoólico e aquoso), por meio dos quais verificamos a mais viável para a pesquisa”, explicou Andrade.

 

De acordo com a professora a pesquisa hoje está na fase de teste pré-toxicológico utilizando camarões da espécie artêmia para verificar a concentração da enzima na fórmula e, posteriormente serão feitos  testes toxicológicos  em ratos para posteriormente verificar a sensibilidade da pomada no tecido humano.

 

Participação de estudantes

 

A ideia da pesquisa surgiu da necessidade de conciliar a disciplina de química com o conhecimento dos alunos na matéria de forma que o projeto que pudesse ajudar os alunos a desenvolver um produto como uma pomada que pudesse ajudar as pessoas na cicatrização de feridas e queimaduras.

 

A pesquisa conta com a participação direta de quatro estudantes do ensino médio dentro das disciplinas de Química e Biologia (bolsistas de iniciação científica), e também conta com o apoio de mais um químico, Luiz Cláudio da Silva. De acordo com a professora o estudo também contou com a colaboração de estudantes de outras salas que a ajudaram nas aulas práticas de laboratório.

 

“Eu tenho 23 alunos voluntários nas oito salas que leciono. A pesquisa é voltada para a prática e a cada descoberta os estudantes se mostram ainda mais interessados. Os alunos voluntários também são responsáveis pelas anotações e pesquisas além da guarda do material, higienização e organização dos equipamentos e vidrarias do laboratório”, disse Andrade.

 

Parcerias

 

A pesquisa está sendo desenvolvida no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE) e conta com incentivos do Governo do Estado do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). De acordo Andrade a FAPEAM além de ajudar com os recursos financeiros também os ajudam a divulgar o estudo, surgindo dessa forma convites para participação de eventos.

 

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/mana0_debora,_valeria,_alan.jpg“Por meio da FAPEAM tivemos várias oportunidades. Participamos da 7ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no SESI (Clube do Trabalhador), também fomos convidados a participar da 17ª edição do Ciência Jovem, realizada no Espaço Ciência, em Pernambuco, concorrendo como Feiras Afiliadas. Nós ainda ganhamos  o prêmio Estrelas do Sul,  evento realizado pelo Distrito 2, da Secretária de Educação do Estado do Amazonas (Seduc) ”, afirmou a pesquisadora.

De acordo com a pesquisadora o estudo também contou com parcerias de outras instituições como o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) do município de Rio Preto da Eva, que forneceram os mamões da espécie hawai  para o estudo, e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) que contou com  o auxílio do professor-doutor Carlos Cleomir De Souza Pinheiro, responsável pelo setor de Fitoquímica, concedeu o  laboratório, vidrarias e equipamentos. 

Sobre o PCE

Esse programa consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob formas de cotas institucionais, estudantes de ensino fundamental e médio integrados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas.

 

Redação: Esterffany Martins

Edição: Ulysses Varela – Agência Fapeam

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