MCTI estabelece conselho de programa que testará reação da floresta a excesso de dióxido de carbono
O objetivo do Programa é ver até que ponto a fertilização pela oferta extra do gás aumenta a resiliência da floresta, compensando fatores como o aquecimento e alterações no regime de chuvas
O programa Amazon Face, que submeterá áreas de floresta amazônica a concentrações elevadas de gás carbônico para ver como a vegetação e o ecossistema reagem, está prestes a sair do papel. O Ministério da Ciência, Tecnologia e inovação (MCTI) divulgou na última quinta-feira (03/12), no Diário Oficial da União (DOU), a portaria que institui a estrutura de governança da iniciativa.
Em maio de 2014, o MCTI, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) assinaram acordos para viabilizar o programa.
O experimento será implementado em uma floresta de platô na Estação Experimental de Silvicultura Tropical, localizada cerca de 60 quilômetros ao norte de Manaus, no Amazonas, e administrada pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa). A simulação vai aumentar em 50% a concentração do gás (o CO2, também conhecido como dióxido de carbono), que assim chegará a 600 partes por milhão, em parcelas de mata de 30 metros de diâmetro.
O objetivo é ver até que ponto a fertilização pela oferta extra do gás – usado pelas plantas para fazer fotossíntese – aumenta a resiliência da floresta, compensando fatores adversos como o aquecimento e alterações no regime de chuvas.
A primeira fase do projeto, que na época da assinatura dos acordos estava prevista para terminar em 2017, está orçada em US$ 11 milhões. A segunda, que se estenderia por dez anos, em US$ 78 milhões.
Composição
O Conselho Diretor do Programa Amazon Face será composto pelo secretário de Políticas e Programas de Desenvolvimento do MCTI, Jaílson de Andrade, pelo diretor do Inpa, Luiz Renato França, um representante da Fapeam; e o presidente e o vice-presidente de um Comitê Cientíco, que terá 11 membros indicados, sendo dois indicados pela Sociedade Brasileira de Progresso da Ciência (SBPC) e Academia Brasileira de Ciências (ABC) e os demais serão coordenadores de programas relacionados ao objeto do estudo.
Caberá ao conselho, dentre outras funções, estabelecer diretrizes, supervisionar e avaliar o desenvolvimento do programa; aprovar a estratégia científica geral da iniciativa; e aprovar a agenda de capacitação de recursos humanos da iniciativa.
Cliquei aqui para acessar na íntegra a portaria do MCTI.
Fonte: Felipe Linhares / Agência Gestão CT&I
Foto: Jeferson Rudy