MCTI e instituto norte-americano discutem cooperação na área de saúde


O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, recebeu, nesta quinta-feira (13), a visita do diretor associado de Relações Internacionais do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês), Gray Handley. A reunião teve por objetivo tratar da cooperação do Brasil com os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, conhecidos pela sigla NIH (National Institutes of Health).

Participaram da audiência o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Carlos Nobre, e representantes da Coordenação-Geral de Biotecnologia e Saúde e da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assin) do MCTI, bem como do Niaid.

Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook

No encontro foi mencionada a carta de intenções assinada, em maio, entre o MCTI, o Ministério da Saúde (MS) e os NIH, por ocasião da visita do diretor geral da instituição, Francis Collins.  A parceria tem como foco o desenvolvimento de pesquisas e de sistemas de saúde; melhorias em promoção, prevenção, controle e tratamento de doenças infecciosas e parasitárias; e enfermidades não transmissíveis.

O documento resultou no lançamento de uma chamada conjunta – por intermédio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) –, que recebeu 62 propostas. A iniciativa busca financiar projetos que visem promover, estimular ou expandir as atividades de pesquisa colaborativa básica, translacional e aplicada entre pesquisadores estadunidenses e com pesquisa já em andamento no âmbito dos NIH e pesquisadores brasileiros.

O apoio é destinado a projetos de pesquisa nas áreas de câncer associado a infecções, alergia, imunologia, e/ou doenças infecciosas (com particular interesse pelas doenças negligenciadas: como malária, tuberculose, influenza, leptospirose, doença de Chagas, dengue e leishmaniose), incluindo HIV/Aids.

No total, os investimentos brasileiros somam R$ 5,5 milhões, entre recursos do CNPq e do Ministério da Saúde, incluindo valores voltados para o pagamento de bolsas no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras. Estima-se apoiar 25 projetos de cerca de R$ 220 mil cada para o financiamento de itens de custeio capital e bolsa.

Pelo lado americano, houve lançamento de um anúncio de oportunidade de financiamento (FOA, na sigla em inglês) com recursos da ordem de US$ 3 milhões.

Plataformas do Conhecimento

Na reunião foram apresentados os resultados da cooperação, que se originou no âmbito da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos de Cooperação Científica e Tecnológica em 2012. Também se discutiu a possibilidade de uma nova chamada e de parceria em outras iniciativas.  O ministro Clelio Campolina destacou o Programa Nacional das Plataformas do Conhecimento (PNPC), que busca elevar o patamar e o impacto da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no Brasil. A iniciativa está em construção e tem a área de saúde como um dos setores a serem contemplados.

As plataformas são arranjos público-privados, que articulam competências com base em uma infraestrutura de CT&I de última geração, com instituições de pesquisa e empresas. A ideia é que elas sejam estruturadas pela lógica da resolução de problemas, orientadas pela demanda de interesses estratégicos do país.

“Queremos colocar os cientistas e as empresas para trabalhar juntos”, disse Campolina sobre o PNPC. “Sabemos que não é fácil combinar esses aspectos”, acrescentou, lembrando que o programa se inspira em experiências de outros países, como os EUA e a China. O ministro explicou, ainda, que o financiamento destinado às instituições científicas e aquele voltado às empresas terão algumas diferenças.

O titular do MCTI lembrou também que, em seu comitê técnico, o programa envolve mais dois ministérios além do MCTI – o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o da Educação (MEC) – e seus recursos públicos virão de quatro órgãos financiadores: CNPq, Finep/MCTI, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“É muito estimulante ver que estamos cofinanciando esses projetos com CNPq, Ministério da Saúde e muitas áreas dos NIH. Três dos nossos institutos estão envolvidos”, comentou Gray Handley. “Temos a expectativa de iniciar em dezembro ou janeiro as discussões sobre o que queremos no próximo período. Podemos pensar, então, a conexão com o programa das plataformas”, acrescentou.

“Fico feliz em ver o fortalecimento dessa cooperação”, comentou Carlos Nobre. “Alguns tópicos incluídos são muito importantes para o Brasil. Fico satisfeito em ver que o NIH está ajudando no combate a doenças tropicais negligenciadas.” O secretário do MCTI ressaltou que, com as mudanças climáticas, os vetores de muitas delas tendem a se globalizar ou, pelo menos, chegar a novas partes do mundo.  Por sua vez, Handley ressaltou que a dengue e a febre chikungunya motivam séria preocupação também em seu país.

Fonte: MCTI

Foto: Ascom/MCTI

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *