Melhoramento de hortaliças não convencionais deve aquecer mercado local
19/07/2011 – Disponibilizar informações sobre a propagação de hortaliças não convencionais de ocorrência no Estado do Amazonas. Este foi o objetivo de uma pesquisa realizada no âmbito do Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores – Programa Primeiros Projetos (PPP), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A pesquisa intitulada ‘Propagação de hortaliças não convencionais do Amazonas’ foi realizada pelo doutor em Agronomia e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Daniel Felipe de Oliveira Gentil. Segundo ele, foram analisadas diferentes hortaliças nativas como jambu, chicória, cariru, alfavaca, dentre outras que compõem os pratos típicos da culinária amazonense.
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Ele explicou que há duas maneiras de propagação de mudas: a primeira é realizada pela reprodução sexuada, via seminal, por semente, enquanto que a segunda, acontece pela multiplicação utilizando-se partes da planta, ou seja, vegetativa ou assexuada.
Conhecendo melhor o processo de reprodução e multiplicação
Segundo o pesquisador, todo o processo de acompanhamento de germinação de sementes se deu em diferentes temperaturas até o transplante do material. As hortaliças não convencionais são multiplicadas pelo próprio produtor, uma vez que as sementes dessas espécies não são encontradas no comércio local e, por outro lado, as empresas especializadas não têm interesse em processá-las. “A propagação de mudas, geralmente, é realizada por órgãos de pesquisa e Universidades”, completou.
Hortaliças não convencionais estão inseridas na cultura
Segundo Gentil, as hortaliças não convencionais são cultivadas pelo pequeno produtor e têm sua importância na economia local, pois estão diretamente ligadas ao consumo da capital. Esse é o caso do abastecimento de restaurantes da classe média que oferecem pratos típicos da região.
Outro mercado importante apontado pelo pesquisador é o abastecimento da rede hoteleira que vem aprimorando a gastronomia amazônica em razão da Copa do Mundo de Futebol, agendada para 2014, em Manaus. “Vale mencionar o crescente mercado de orgânicos que ganha força nas feiras da capital, que é justificado em razão de um público exigente quanto à procedência do produto”, comentou.
Geração do conhecimento muda a realidade de produtores
O pesquisador acredita que toda pesquisa gera conhecimento e isso vem somar como forma de contribuição à sociedade, melhorando a qualidade de vida das pessoas, nesse caso, impactando nas atividades de produtores agrícolas.
“Então, esse produtores agrícolas assimilaram todo o conhecimento gerado, por meio da assistência técnica. A ideia é maximizar essa técnica, racionalizando a formação de mudas e, consequentemente, a redução de custos”, finalizou.
Apoio da FAPEAM
Para Gentil, é fundamental o apoio dado pela FAPEAM para a realização do projeto de pesquisa. O pesquisador destacou ainda as limitações do laboratório em que atuou, no início da pesquisa em 2008, mas isso não desanimou o grupo, sendo mais um desafio a ser enfrentado. “Com os recursos provenientes da FAPEAM se pôde delinear as etapas do projeto”, disse.
Sobre o Programa
O Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores – Programa Primeiros Projetos (PPP), desenvolvido pela FAPEAM em parceria com o CNPq, consiste em apoiar a aquisição, instalação, modernização, ampliação ou recuperação da infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica nas instituições públicas e particulares, sem fins lucrativos, de Ensino Superior e/ou de pesquisa sediadas ou com unidades permanentes no Estado de Amazonas visando a dar suporte à fixação de jovens pesquisadores e nucleação de novos grupos, em quaisquer áreas do conhecimento.
Sebastião Alves – Agência FAPEAM