Novo presidente da Capes defende formação de recursos humanos para desenvolvimento sustentável


O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, concedeu posse no dia 07 ao novo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e defendeu a ciência e a educação como pilares para promover o desenvolvimento sustentável do País. O cientista Carlos Nobre sucede Jorge Guimarães que estava no comando da Capes por um período exato de 11 anos e três meses.

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Carlos Nobre

Para o ministro, a ciência e a educação podem reduzir a desigualdade social e promover uma nova onda de desenvolvimento nacional. “Podemos sair das questões emergenciais para as questões sustentáveis”, pontuou.

O ministro dedicou grande parte de seu depoimento para elogiar os programas sociais, como Bolsa Família e a valorização do salário mínimo, chamados de emergências para redução da desigualdade social.  Dedicou também boa parte de seu discurso para elogiar a trajetória de Jorge Guimarães na Capes, que deixa um legado histórico na instituição.

“Não há nada na Capes que não tenha a marca criativa do professor Jorge Guimarães. A contribuição dele é gigantesca.”

Responsável pelo reconhecimento e avaliação de cursos de pós-graduação em todo o país, a Capes, a partir de 2007, começou também a desenvolver programas de qualificação para professores da educação básica, na tentativa de melhorar a qualidade do ensino brasileiro.

Para o ministro da Educação, a Capes ocupa papel de destaque tanto na pós-graduação quanto na formação de professores para educação básica. “Temos aqui o trabalho de muitas gerações que contribuíram para fazer da Capes uma entidade que é um órgão de Estado com uma agenda de Estado e republicana”, destacou ele, na manhã de quinta-feira, 07, no auditório do espaço Anísio Teixeira, no 1º subsolo da sede da Capes, em Brasília. A instituição é vinculada ao MEC.

A audiência reuniu representantes do governo, como o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o bioquímico Hernan Chaimovich. A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a biomédica Helena B. Nader, além de dirigentes de entidades educacionais.

Diante de cortes orçamentários, o ministro reconheceu, porém, que haverá dificuldade financeira para executar alguns programas na pasta. Espera, no entanto, manter  programas consistentes do MEC e da Capes.

Propostas do novo presidente

O novo presidente da Capes disse em seu discurso de posse que um de seus objetivos é a formação de recursos humanos para atender tanto às demandas relacionadas ao desenvolvimento sustentável do País como às mudanças climáticas. Esses, segundo disse, são os desafios do futuro.

“As soluções para essas questões passam pela ciência, tecnologia e inovação de ponta”, disse ele, reconhecendo que suceder Jorge Guimarães será uma tarefa “nada fácil”.

Nobre considerou o programa Ciência sem Fronteiras o marco da internacionalização da educação brasileira. “É um vetor do Brasil para as principais universidades estrangeiras. Precisamos trabalhar para trazer mais estrangeiros para que possam produzir no Brasil. Nosso potencial de atratividade é imenso.”

Em sintonia com o ministro da Educação, Nobre disse que o avanço da produção científica tem contribuído para reduzir os efeitos da crise econômica no país e minimizar as diferenças sociais. Disse, porém, que ainda há indicativos de que o Brasil enfrenta problemas de produtividade.

Para Nobre, o sistema de pós-graduação da Capes precisa continuar avançando e contribuir para o Brasil enfrentar os problemas de forma sustentável. Citou os déficits históricos de recursos humanos em áreas como universalização do saneamento básico, e violência e epidemias em áreas urbanas.

Homenagem a Jorge Guimarães

No início da cerimônia, foi apresentado um vídeo em homenagem ao legado de Jorge Guimarães, com depoimentos de ex-ministros da Educação do governo PT. Dentre os quais  Aloizio Mercadante, atual ministro da Casa Civil, Tarso Genro e Fernando Haddad, prefeito de São Paulo.

Em depoimento de despedida, Guimarães destacou o ineditismo da Capes no mundo e o atribuiu o mérito ao criador do órgão, Anísio Teixeira, na década de 1950. “A Capes se distingue de outras instituições no mundo”, disse ele.

Destacou o sucesso da instituição no desenvolvimento da pós-graduação brasileira, com destaque para o aumento do número de bolsas para mestrados, doutorados e pós-doutorados, o que incentiva a publicação de trabalhos científicos.

Para ele, a Capes tem características próprias. “É uma matriz formadora de sementes multiplicadoras. Enquanto a Capes opera nos milhares, o Ministério da Educação tem a missão dos milhões.”

 Fonte: Jornal da Ciência,  por Viviane Monteiro

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