O 4º Encontro de Software Livre do Amazonas ( Eslam) acontece no Studio 5


O 4º Encontro de Software Livre do Amazonas (Eslam) teve inicio na manhã dessa sexta-feira, 25, com a mesa-redonda “Adesão de Software Livre nos órgãos públicos”, no Studio 5 – Centro de Convenções. O debate foi voltado principalmente para a necessidade de implementação de políticas públicas voltadas para a difusão e fortalecimento do uso de plataformas livres, a exemplo do que estão propondo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect).

 

Fapeam e Sect vão incentivar o uso de softwares livres por meio das pesquisas que financiam, de modo a fomentar, entre os pesquisadores e as universidades, a produção de novos produtos e processos em plataformas abertas. O diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, acredita na mudança gradual. “A principal resistência está entre aqueles que conhecem os sistemas livres e proprietário (comercial), não entre os usuários comuns”.

 

A implementação de políticas públicas poderia acelerar o processo de mudança de plataformas comerciais para livres, especialmente nos órgãos públicos. “A política pública de Estado forçaria, inclusive, a adequação da legislação de direitos autorais vigente. Mas é evidente que só começamos a discutir”, diz o editor-chefe da Agência Brasil, Rodrigo Savazoni. A Agência Brasil é vinculada à Radiobrás, empresa pública de comunicação, e utiliza software livre na rotina de produção de jornalismo diário.

 

Júlio Cezar Neves, debatedor e autor de diversos livros sobre softwares livres, disse que o uso de plataformas livres por órgãos governamentais representa vantagens econômicas e técnicas, além de investir na formação do capital intelectual dentro do poder público. “Para os países em desenvolvimento, representa uma economia operacional significativa”, diz, enfatizando ainda que o ganho é de longo prazo.

 

Para Marcelo Ferreira, presidente da comissão organizadora do 4º Eslam, o movimento terá papel fundamental nesse processo de mudança e precisa começar a repensar seus argumentos. “Falamos muito na vantagem econômico-financeira, mas na verdade os ganhos são bem superiores. Trata-se de liberdade de uso, de produção de conhecimento, provocando ganhos reais para a sociedade”.

 

É este caráter que vai determinar o modo como se dará a adesão ao software livre. “Temos de decidir se queremos uma incorporação de mercado ou de interesse público”, ressalta Marcelo.

Além da Fapeam e Sect, outras secretarias do Governo do Amazonas já começam a aderir aos softwares livres. De acordo com o diretor-técnico da Empresa de Processamento de Dados do Estado do Amazonas (Prodam), Valoir Sato, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) está construindo um projeto para substituir as plataformas comerciais por softwares livres.

 

O 4º Eslam é uma iniciativa da organização não-governamental Comunidade Sol Software Livre, do governo do Estado do Amazonas, através da Sect e do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), com apoio da Fapeam.

Decon/Fapeam

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