Omar cobra investimentos no CBA na abertura do I Simpósio Amazônia e Desenvolvimento Nacional
Brasília – Num discurso direcionado a autoridades como o vice-presidente da República, José de Alencar, os presidentes da Câmara e do Senado Federal, Arlindo Chinaglia e Tião Viana, além de ministros de Estado, o governador em exercício do Amazonas, Omar Aziz, cobrou mais recursos para o efetivo funcionamento do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA). Foi durante a solenidade de abertura do I Simpósio Amazônia e Desenvolvimento Nacional, evento que objetiva colocar metas, prazos, recursos e suas fontes no PAS (Plano Amazônia Sustentável), elaborado pelo governo federal em parceria com os governadores dos nove estados da Amazônia Legal.
"Vivemos numa regiâo sem fronteiras. A Amazônia é uma só, com os mesmos problemas e soluções que devem apontar para a geração de conhecimento e acesso às inovações tecnológicas que alavanquem o seu desenvolvimento. Sem conhecer a Amazônia, isso não será possível, ainda mais com um Centro de Biotecnologia que não funciona", afirmou Omar Aziz, na abertura do evento, realizado no Salão Negro do Congresso Nacional.
O governador do Amazonas em exercício lembrou que é chegada a hora de rechaçar modelos de desenvolvimento impostos de fora para dentro, a exemplo do que aconteceu, há 40 anos, com a Zona Franca de Manaus, criada no regime de exceção, e que acabou por contribuir para que 98% das florestas do Amazonas se preservassem intactas.
"Vivemos, hoje, num país democrático, em que a Amazônia precisa se unir e fortelecer politicamente para criar um modelo que prove que é viável fazer com que a floresta de pé valha mais do que deitada", disse Omar.
Lembrando que o Amazonas faz a sua parte quando cria a primeira Lei de Mudanças Climáticas do país e a Fundação Amazonas Sustentável, que já conta com recursos de R$ 20 milhões oriundos do estado e do Bradesco para beneficiar mais de oito mil famílias, Omar Aziz conclamou as autoridades presentes a se somar à luta pela inclusão das florestas preservadas no Tratado de Kioto.
"Como disse o próprio presidente Luís Inácio Lula da Silva, a Amazônia é um patrimônio do Brasil, mas presta um serviço à humanidade, por isso temos de nos unir", acrescentou.
Próximo a discursar, o vice-presidente da República, José de Alencar, destacou os números colossais da Amazônia, citados por Omar Aziz, e pontuou que, na condição de representante do presidente, que participava, no mesmo horário, do lançamento do PAC da Ciência e Tecnologia, estava aberto às soluções que serão propostas nos dois dias de simpósio.
Presidente da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional e coordenadora do simpósio, a deputada federal, Vanessa Grazziotin, abriu os trabalhos reafirmando que o evento tem como propósito aprimorar o Plano Amazônia Sustentável (PAS), elaborado pelo governo em 2003, para transformá-lo num modelo de desenvolvimento para a região. "Esperamos que, hoje, no PAC da Ciência e Tecnologia, a Amazônia seja bem contemplada", assinalou.
Presença maciça
Governadores da região, além de políticos, cientistas, empresários, trabalhadores, pesquisadores, estudantes e representantes de diversas entidades participaram da abertura do I Simpósio Amazônia e Desenvolvimento. Entre os ministros presentes, o da pasta de Esportes, Orlando Silva, o de Ações de Longo Prazo, Mangabeira Unger.
O Simpósio, se estende até o dia 23, foi antecedido de nove etapas estaduais, realizadas nos nove estados da Amazônia Legal. De acordo com Vanessa Grazziotin, cada um desses eventos gerou propostas que vão integrar documento a ser entregue ao Governo Federal e contou com ampla participação das pessoas que pensam as políticas públicas nos Estados.
O Simpósio será voltado para a geração de emprego e renda, a redução das desigualdades sociais, a viabilização de atividades econômicas dinâmicas e inovadoras e o uso sustentável dos recursos naturais com a manutenção do equilíbrio ecológico. “Lutar pelo estabelecimento, no âmbito do PAS, de programas que devam estar contidos em um PAC amazônico (Programa de Aceleração do Crescimento) é nosso objetivo”, ressalta Grazziotin.
O Simpósio discutirá os seguintes eixos temáticos: Produção Sustentável com Inovação e Competitividade; Gestão Ambiental e Ordenamento Territorial; Inclusão Social e Cidadania; Infra-Estrutura para o Desenvolvimento; e Novo Padrão de Financiamento.
No encerramento da abertura oficial do simpósio, shows de grupos folclóricos da Região Norte colocaram os presentes para dançar, com destaque para as apresentações do bois bumbás Garantido e Caprichoso, que levaram alguns dos ítens oficiais a Brasília.