Paiol da Cultura recebe obras inspiradas em espécies ameaçadas de extinção
Acontece hoje (16/05), às 14h, no Paiol da Cultura do Bosque da Ciência, a abertura da exposição “Piracema” do artista plástico Haroldo Ayres. A amostra é composta por 140 quadros ilustrados com desenhos científicos da fauna e da flora mundial de espécies que estão na lista ou ameaçados de extinção, entre eles: répteis; anfíbios; quelônios e peixes. O tamanho das obras varia de 21 cm x 30 cm e 40 cm x 80 cm, as quais fazem parte do acervo particular do artista, não estarão à venda e ficarão expostas até o dia 24 de junho.
Haroldo Ayres explicou que a exposição é o resultado de um projeto seu denominado “Da Vinci”, o qual teve inicio há sete anos. “Além das artes plásticas e de invenção, Da Vinci preocupou-se em retratar a anatomia humana, as espécies da fauna e flora de sua época. Ele contribuiu muito para o avanço da medicina moderna graças ao seu trabalho de ilustrador científico. Além disso, ele foi auto-didata”, destacou.
Segundo Haroldo, a idéia inicial do projeto era apenas de retratar as espécies da região amazônica. Contudo, percebeu que há um grande número de espécies em processo de extinção também em outros continentes. Na América do Sul, especificamente no Amazonas, ele citou como exemplo os jacarés de papo amarelo e açu, além da ariranha e do peixe-boi.
Haroldo afirmou que um dos propósitos do seu trabalho é que eles sirvam de consulta para estudantes interessados em desenhos científicos, os quais buscam retratar os traços característicos de cada espécie. Isso porque uma das dificuldades constatadas pelo artista é de que algumas espécies não são encontradas pela Internet. Por isso, ele também está fazendo o levantamento de exemplares do século XVII. O objetivo é de se chegar a mil quadros, ainda este ano.
“Já foram desenhados mais de 350 quadros por meio da técnica de pirogravura e tendo como matéria-prima o papelão reciclado. Pirogravura é a arte de fazer quadros com o calor. É como se fosse um incêndio premeditado, mas a serviço da arte. A palavra deriva do grego “pyros”: fogo e “graphos”: escrita. É a arte mais antiga conhecida pelo homem. Com o auxílio de um graveto, ainda ardente, os traços ganham formas de animais ou plantas”, explicou e acrescentou: “hoje, com as máquinas fotográficas digitais é possível retratar um animal em qualquer lugar onde a pesquisa esteja sendo realizado, mas antes tudo tinha que ser desenhado”, finalizou.