Parceria entre UEA e 3M vai implantar laboratório pioneiro no Norte do Brasil


 08/06/2011 – Um convênio entre a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a empresa multinacional 3M, indústria de produtos químicos instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM), vai permitir a implantação do primeiro Laboratório de Estomaterapia do norte do Brasil. O local será utilizado para o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre a estomia, uma intervenção cirúrgica que auxilia o organismo humano a funcionar em casos de doenças como o câncer, por exemplo.

“Geralmente a pessoa respira naturalmente, evacua, urina, tudo fisiologicamente, mas quando é acometido por uma doença como o câncer, por exemplo, ou adquire algum trauma ou problema congênito, e tem esses processos interrompidos, a estomia é aplicada para dar continuidade ao processo fisiológico”, explicou a enfermeira Eliana Gomes, professora da UEA e uma das coordenadoras do novo laboratório.

Vinculado ao grupo de pesquisa multiprofissional da Escola Superior de Saúde (ESA) da UEA, o projeto do Laboratório de Estomaterapia foi idealizado em função do curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Estomaterapia da instituição, também pioneiro na Região Norte e iniciado há três anos. Ano passado, 17 novos profissionais foram formados na especialidade através do curso.

Para o reitor da UEA, José Aldemir Oliveira, a abertura do laboratório é um passo fundamental para a consolidação de estudos desenvolvidos na área pela UEA. “O laboratório começa a funcionar em outubro. A partir daí, vamos iniciar um processo de discussão de pesquisas e formação de mais recursos humanos na área de estomaterapia. É um investimento importante para a consolidação dessa área na nossa instituição”, pontuou.

O curso deu o pontapé inicial no Estado para pesquisas nas áreas de estomias, feridas e incontinências na pele, o que chamou a atenção da indústria de produtos químicos, segundo o gerente técnico do laboratório de saúde da 3M Brasil, Ubirajara Araújo. “Estamos tendo a oportunidade de trabalhar junto a uma universidade e essa parceria visa elevar o nível do tratamento. Queremos com isso que a empresa invista não só em um produto, mas na área social também, principalmente aqui na Região Amazônica, onde estamos com uma planta montada recentemente”, disse.

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Apesar de ser um procedimento bastante comum que se destina a prevenir a perda da integridade da pele, realizar tratamento avançado de pessoas com feridas (agudas e crônicas), reabilitar as pessoas que possuem estomias e incontinências (urinária ou anal), e realizar cuidados com fístulas, drenos e tubos, os dados sobre a estomaterapia no Amazonas ainda são escassos.

Além de fazer o levantamento de informações estatísticas, o principal objetivo do laboratório da UEA é desenvolver pesquisas sobre a adaptação da população amazonense aos procedimentos estomaterápicos utilizados atualmente em todo o mundo. A ideia é entender a eficiência desses procedimentos em regiões de clima tropical.

Pesquisa

Segundo o pesquisador clínico da 3M dos Estados Unidos, Edwin Hedblom, a empresa quer conhecer como é a eficiência dos procedimentos e dos medicamentos desenvolvidos na população da região para entender a adaptação do tratamento em regiões de clima tropical.

“Nossa intenção, aqui, é trabalhar com uma população diferente daquela que estamos habituados. Será um desafio trabalhar com a população amazônica, que tem uma condição de clima e temperatura muito diferentes de toda a população mundial. É muito importante conhecermos essas características mais a fundo, até para inovar nos métodos de tratamento”, afirmou Hedblom.

“Vamos testar esses dispositivos que já existem na estomaterapia dentro da universidade. A gente vai analisar os produtos para ver a durabilidade em relação à temperatura, à pele, entre outras coisas, e entender se há diferenças de comportamento na comparação com os Estados Unidos”, ressaltou a coordenadora do laboratório.

De acordo com Gomes, depois do laboratório de estomaterapia, a próxima etapa será a implantação de um ambulatório na especialidade. “A gente não tem ainda o ambulatório de Estomaterapia e  nossa proposta futura é que o laboratório de pesquisa na área nos possibilite implantar esse ambulatório”.

 

Agência FAPEAM
Com informações da Agecom

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