PCE 10 anos: uma festa que vai entrar para a história


O Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM), e as Secretarias Estaduais de Educação (Seduc) e de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Secti), promoveu na noite desta segunda-feira (15), a comemoração dos 10 anos do Programa Ciência na Escola (PCE). A solenidade aconteceu no auditório Nina Lins, da Universidade Nilton Lins, no bairro Parque das Laranjeiras, e reuniu cerca de mil pessoas. Em um clima de muita festa, emoção e alegria, em que o “aniversariante” brindou a todos os presentes com demonstrações dos talentos da capital e do interior do Amazonas.

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E foi assim, diante de uma plateia composta de professores, coordenadores, cientistas junior, gestores e demais autoridades ligadas direta ou indiretamente à educação, que os mestres de cerimônia Thalles Ataíde e Eduarda Albuquerque deram início ao evento chamando os membros para compor a mesa. Cada autoridade chamada era recebida com uma calorosa salva de palmas, entre elas estavam: o Secretário Adjunto da Secti, Sr. Edilson Soares; a Representante da Seduc, Sra. Vera Lúcia Lima; a representante do Secretário Municipal de Educação (Semed), Sra. Aldemira Câmara; o representante do Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Dr. Vanderly Pedro Tadei; o Coordenador Regional da Seduc de Itacoatiara, Sr. Reinaldo dos Santos Souza e a Diretora-Presidenta da FAPEAM, Dra. Maria Olívia Simão.

Após a composição da mesa, todos foram convidados a assistir um vídeo institucional produzido em comemoração aos 10 anos, com alguns dos melhores momentos vividos ao longo de uma década do Programa. Com todos olhares fixos e brilhando, a atenção foi total aos depoimentos e opiniões que foram dadas ressaltando a importância do PCE, não só para a educação, mas também para a sociedade de forma geral. Um vídeo que mexeu com a emoção de todos os presentes que, de alguma forma contribui ou contribuíram para fazer parte do sucesso desse programa. “Foi um grande desafio poder participar da edição desse vídeo devido à importância da história e dos inúmeros resultados positivos que exigem manter um ritmo envolvente em todo momento. Foi um trabalho duro, mas que valeu a pena”, disse Hernan Gutierrez, editor de imagens do PCE.

Uma-das-primeiras-coordenadoras-de-projetos-Fransica-Francinilde-do-municipio-de-Rio-Preto-da-Eva-se-emocionou-a-relembrar-sua-trajetória-com-o-programaDepois foi a vez de subir ao palco algumas personalidades para dar seu depoimento ao vivo. A primeira dela foi Larissa Pandolfo Rossy, acadêmica do segundo período de Direito que até ano passado era cientista junior no município de Nhamundá, distante 383 km da capital. Larissa contou ao público, como foi participar durante três anos de projetos PCE e como essa experiência tem lhe ajudado no seu desempenho na faculdade. “Em três anos eu participei de dois projetos do PCE e os conhecimentos que adquiri lá vou levar para toda vida. Hoje eu faço Direito e o amor pela leitura, interpretação e produção de textos são alguns dos legados que herdei do PCE e que pretendo dividir com meus colegas”, afirmou a ex-cientista junior.

Outro momento de grande emoção foi com as palavras da professora Franscisca Francinilde Pereira, do município de Rio Preto da Eva, quando falou da participação no programa desde a sua fundação, em 2004. “Fico feliz em ver o quanto o projeto evoluiu com o tempo e cresceu, não só em quantidade, mas também em qualidade. Para mim, é uma satisfação quando vejo um antigo bolsista PCE sendo hoje um profissional formado. É um Programa que eu amo e que, mesmo me aposentando, irei continuar trabalhando como voluntária”, disse em tom emocionado.

Depois foi a vez da Coordenadora Geral do PCE, Dra. Maria de Fátima Vieira Nowak, fazer um breve discurso ressaltando principalmente as ações que o PCE tem desenvolvido no interior do Amazonas, estando presente em todas as 13 microrregiões que o Estado possui e atuando em forma de coordenadorias regionais. “Fizemos um trabalho excelente ao longo de 10 anos, temos resultados magníficos apresentáveis em qualquer sociedade de qualquer parte do mundo. Lembrando que estamos presentes do Alto Solimões até a região de Parintins, desenvolvendo projetos com a mesma qualidade dos que são produzidos na aqui capital, esse é o grande legado do Programa”, comentou.

Para finalizar os depoimentos, os mestres de cerimônia convidaram as autoridades da mesa, para fazer uso da palavra também. Todos foram unânimes em reafirmar a importância que o Programa Ciência na Escola tem ao ponto de, até já ser citado como referência nacional pelo Ministério da Educação, em Brasília. Encerrando com chave de ouro, a Diretora-Presidenta da FAPEAM, Dra. Maria Olívia, lembrou um pouco da caminhada, com erros e acertos, que fizeram o Programa crescer, amadurecer e ter o reconhecimento que possui hoje. Citou também a importância da revista Anais PCE e terminou comentando sobre o novo edital do Programa que já está aberto. “O PCE trabalha fazendo a relação da disciplina que o jovem está cursando, com um problema real da comunidade, aplicando esse conhecimento para solucionar problemas. Essa é energia que move esse Programa, cujo sucesso é resultado do acompanhamento das pesquisas, realizado de maneira coletiva por uma equipe, para  a qual eu só tenho a  dizer muito obrigada por nunca deixar perder a qualidade. E, aos jovens de modo geral, fica meu recado: nunca deixem que ninguém diga que não são capazes e não percam a oportunidade de fazer o que querem, pois nós temos o maior potencial criativo de todos os Estados, e o PCE é o ingrediente que faltava para tornar os sonhos realidade”, finalizou.

Premiação dos vídeos do 20 segundos

Durante a solenidade, foi realizada a premiação dos projetos que inscreveram seus vídeos de 20s dizendo o que é PCE? Das dezenas de vídeos enviados, três foram escolhidos entre os melhores para fazer uma visita à Torre de Observação do Inpa. Em terceiro lugar, ficou o vídeo do projeto ‘Trabalhando a química no cotidiano’. “Eu fui pego de surpresa até mesmo com a premiação, porque na nossa equipe tem gente que tem medo de altura”, disse brincando o coordenador Jones de Souza Oliveira. O segundo lugar foi o projeto ‘Jornal na Sala da aula’ de Parintins e, o grande vencedor, foi o projeto ‘Literatura Amazonense musicada: um olhar sociolinguístico’ que também surpreendeu a coordenadora. “Eu sinceramente não esperava, se eu suspeitasse que seriamos os vencedores, teria até me arrumado melhor”, disse toda contente Danielle Gonzaga Brito.

A força do interior

Cinco Coordenadoras Regionais do PCE compareceram para prestigiar a festa dos 10 anos e mostrar a força que o interior tem. Nem mesmo a distância foi empecilho para elas, que vieram pelo ar, pelo rio ou pela estrada, mas compareceram e até trouxeram consigo projetos que demonstraram todo a veia artística que o PCE pode proporcionar. Entre as coordenadorias presentes estavam: Jannes Mary Muniz Rabelo, Coordenadora Regional PCE – Itacoatiara; Nilciana Dinely de Souza, Coordenadora Regional PCE – Parintins; Rosemary Andrade Bandeira, Coordenadora Regional PCE – Rio Preto da Eva; Márcia Correia Baraúna, Coordenadora Regional PCE – Tefé e Rosalina da Silva Lima, de Manacapuru, mas que pertence à Coordenadora Regional PCE – Manaus.

O brilho das atrações

O momento mais esperado de toda a cerimônia foi a apresentação das atrações e, porque chamar artistas de fora se o PCE possui os seus próprios? E foi assim que os cientistas junior da capital e do interior cantaram e encantaram o público com suas apresentações que incluíram música, teatro e até um concerto com direito a maestro, banda e tudo mais. Foi difícil segurar a emoção diante de tantos talentos natos e descobertos durante a realização do Programa. Os espectadores interagiram rindo, cantando, dançando e, no fim, tudo acabou em ritmo de natal, com os jovens cientistas do projeto ‘Flauta Doce na Escola’ de Manacapuru, coordenado pelo professor Jhon Silva de Araujo, emocionando a todos ao cantar músicas como Noite Feliz e Jingle Bell.

Comemoração e reconhecimento merecido

Não há dúvidas que o PCE merece toda essa comemoração por ser um Programa pioneiro e inovador, sim porque se há 10 anos alguém dissesse que estudantes da rede pública de ensino estariam produzindo ciência em sala de aula, através de projetos científicos, nós poderíamos achar que essa pessoa estava mentindo ou no mínimo equivocada, pois o processo de alfabetização científica só começa no ensino superior, depois de ingressar em uma faculdade. Bom, começava no ensino superior, porque em 2004 a Fapeam teve a brilhante ideia de criar o PCE, justamente para quebrar esse paradigma e mostrar que, estudantes das escolas das redes municipais e estaduais do Amazonas podem ter acesso também à alfabetização cientifica e produzir pesquisas de qualidade dentro do ambiente escolar.

Projetos que a cada vez mais estão conquistando a atenção de novos professores, como a de Rennie Pantoja Nogueira, professor de ciências da escola Madre Tereza de Calcutá, que compareceu à solenidade e saiu maravilhado com o que viu. “Vim acompanhar a apresentação do projeto de um amigo professor e pude perceber de perto o quanto é importante a atuação deste Programa nas atividades da escola e nas ações sociais. Já tenho até ideias para inscrever projetos envolvendo, ou práticas ambientais ou inovar com um cursinho pré-vestibular para surdos. Só falta eu decidir agora qual dos dois eu submeto”, disse.

Érico Pena – PCE

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