PCE: de olho na biodiversidade do solo
A diversidade de fungos de solos de várzea da região Amazônica é o objeto da pesquisa de um grupo de alunos do ensino médio da Escola Estadual Ângelo Ramazzotti, zona sul da capital amazonense.
Além de despertar o interesse pela investigação científica de jovens pesquisadores, a proposta do trabalho intitulado: “Avaliação da micobiota do solo das florestas de várzea da comunidade de Vila Maguari, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Estado do Amazonas”, é de promover um maior conhecimento sobre a diversidade de fungos de solos de várzea da região amazônica, que ainda conta com poucos estudos, quando relacionado à diversidade microbiológica.
O ritmo da pesquisa está acelerado. Segundo a coordenadora do projeto, Ormezinda Fernandes, que também é pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia), durante três dias na semana, a equipe de três estudantes do 3º ano do ensino médio e mais uma universitária do curso de Biologia da UniNilton Lins, desenvolvem os estudos no laboratório da Fiocruz Amazônia, com foco na biossegurança.
O grupo está em processo de identificação dos microrganismos e realizando atividades quanto ao potencial biotecnológico desses fungos, como produção de enzimas e atividade antimicrobiana. Mesmo sendo resultados parciais, a equipe enviou um trabalho para o 25º Congresso Brasileiro de Microbiologia. “Estamos aguardando o aceite do trabalho”, disse Ormezinda.
“Já passamos pelo processo de isolamento dos microrganismos e agora estamos na fase de identificação dos mesmos. É claro que antes desses procedimentos, os alunos percorreram as demais áreas do nosso laboratório para o conhecimento das outras atividades que são realizadas na instituição”, contou. Além disso, segundo a professora, os jovens cientistas receberam noções de boas práticas de laboratórios e biossegurança. “São experiências que levarão para o resto de suas vidas”, afirmou.
Trabalho gera mais aprendizado na escola
Para uma das participantes do grupo, Dayenne Otapiassis, bolsista do Programa Ciência na Escola (PCE), o trabalho está sendo muito gratificante e interessante para seu aprendizado. “O trabalho tem me dado várias oportunidades e está me auxiliando na minha decisão sobre qual área que pretendo cursar na faculdade. Depois que comecei a participar deste projeto tenho me interessado mais na área de Biologia, principalmente em fazer pesquisas científicas como a que estamos participando”, opinou.
Na avaliação da aluna Kizzi Souza, também bolsista de iniciação científica do PCE, o projeto trouxe a oportunidade de ampliar conhecimentos em relação à Biologia. “Além de estar servindo como base para meu futuro, sem dúvidas a melhor forma de iniciar meu desenvolvimento na área da Biologia. Estou bastante empolgada com este trabalho que vejo mais do que um estudo, mas uma forma de entrar no mundo fantástico da biologia”, enfatizou.
Sobre o PCE
O projeto, “Avaliação da micobiota do solo das florestas de várzea da comunidade de Vila Maguari, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Estado do Amazonas” foi um dos selecionados para a edição de 2009 do PCE, dentro das propostas apresentadas pela Secretaria do Estado de Educação do Amazonas (Seduc). O programa é uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e é realizado em parceria com as secretarias municipal e estadual de ensino, Semed e Seduc, respectivamente.
“São programas dessa magnitude que irão aos poucos fazer a diferença dos nossos alunos e assim recuperar o tempo de formação de novos cientistas, hoje a nossa realidade é outra, os jovens ainda não têm a consciência de que com o seu estudo ele pode mudar seu destino e por conseqüência o da sua cidade, região e por que não dizer do seu país”, frisou Ormezinda.
Cristiane Barbosa – Agência Fapeam