PCE: interiorizando a ciência no Amazonas

Programa tem número recorde de inscrições, com especial participação de professores de escolas do interior do Amazonas
 
Criar oportunidades para que crianças, jovens e adolescentes, tanto na capital quanto no interior do Amazonas, iniciem-se na carreira científica tem sido uma das principais preocupações do Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), desenvolvido em parceria com as Secretarias de Educação do Estado (Seduc) e Municipal (Semed). Reflexo do sucesso da iniciativa foi o grande número de propostas apresentadas ao edital Nº 015/2008, referente à terceira edição do PCE, no qual se inscreveram 828 escolas da rede municipal e estadual de ensino. 

Além da grande demanda, outra surpresa da comissão avaliadora foi o número de propostas apresentadas por escolas do interior do Amazonas, ao total, 21 municípios. Devido à elevada procura, a FAP foi obrigada a prorrogar o prazo de avaliação e a adiar a divulgação do resultado da seleção para o dia 31 de março – previsto inicialmente para 18 de março.

As escolas pertencentes à rede estadual de ensino foram as que mais apresentaram propostas (698). Outras 130 propostas são de escolas municipais. Estão participando do processo de seleção representantes dos municípios de Tabatinga (localizado a 1.105 quilômetros de Manaus); Eirunepé (a 1.245 quilômetros); Carauari (a 782 quilômetros); Benjamin Constant (a 1.118 quilômetros).

Também apresentaram propostas as escolas dos municípios de Humaitá (a 600 km); Rio Preto da Eva (a 79 km); Novo Airão (a 200 km); Boa Vista do Ramos (a 270 km); Parintins (a 369 km); Manacapuru (a 68 km); Presidente Figueiredo (a 107 km); Uarini (a 560 km); Canutamã (a 620 km); Careiro (a 102 km); Urucurituba (a 212 km); Iranduba (a 25 km); São Gabriel da Cachoeira (a 1.064 km); Manicoré (a 333 km); Itacoatiara (a 175 km); Tefé (a 516 km); e Alvarães (a 538 km).

O diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Teixeira Sena, se surpreendeu com o número de candidatos inscritos. Ele explicou que eram esperados cerca de 600 projetos, entretanto, a demanda foi além da expectativa. Por isso, terão que redobrar os trabalhos para classificar as propostas. “Tudo isso nos alegra, porque houve retorno e receptividade dos professores”, comemorou. 

Outra surpresa, segundo Sena, foi o número de municípios que estão participando do processo. Ele disse que isso só reflete o trabalho de divulgação do PCE no interior do Estado. “Estamos cumprindo o propósito de interiorizar a ciência e, com isso, estimulando crianças e professores a fazer pesquisa científica”, disse.

A idéia, agora, ainda de acordo com Sena, é ampliar outros Programas para o interior do Estado, como o Programa Primeiros Projetos (PPP), o qual tem como público-alvo jovens pesquisadores. “Iniciamos articulações com as prefeitas de Itacoatiara e São Gabriel da Cachoeira por conta do efeito dominó do PCE”, ressaltou.
 
Interiorização

Além do PCE, a Fapeam mantém programas que envolvem pesquisadores do interior do Estado, como o Jovem Cientista Amazônida (JCA), o Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados para o Interior do Estado do Amazonas (RH-Interiorização) e o Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR.
 
Sobre o PCE

Esse ano, o Programa soma recursos da ordem de R$ 3,4 milhões, sendo R$ 1,3 milhão da Fapeam, R$ 1,5 milhão da Seduc e R$ 600 mil da Semed.
Os recursos são destinados a auxiliar a pesquisa, no valor de até R$ 4,8 mil por projeto, e bolsas de estudos, nas modalidades Professor Jovem Cientista, no valor de R$ 461,00, oferecida ao professor-coordenador; Apoio Técnico, no valor de R$ 360,00, para outro professor da escola; e de Iniciação Científica Junior, no valor de R$ 120,00, para cada um dos cinco estudantes que podem participar por projeto. A pesquisa tem vigência de seis meses.
 
Informações sobre o PCE podem ser obtidas pelo site https://www.fapeam.am.gov.br

Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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