PCE: Parintins lidera ações no interior do AM
PARINTINS, AM – O município de Parintins (AM) (localizado à 325 km de Manaus) é o líder interiorano na quantidade de projetos aprovados no Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A Ilha Tupinambarana, hoje, serve de exemplo até mesmo para municípios de outras regiões do país. São 28 projetos em execução e a expectativa, com investimentos de cerca de R$ 280 mil (semestral), é a melhor possível no contexto da interiorização da ciência no território e das benesses no aspecto da cidadania para a população.
Os professores da Ilha Tupinambarana vinculados ao PCE têm uma imensa responsabilidade no que diz respeito à questão científica no Baixo Amazonas. As áreas de Ciências Naturais e Biológicas são as que mais aglutinam projetos em Parintins e, de acordo com o coordenador do Programa de Gestão em Ciência e Tecnologia (PGCT) do PCE, Aderli Simões, são notórios os indicadores sociais de que o PCE tem ajudado não apenas na formação escolar, mas também na inserção social dos estudantes de Parintins.
“Por meio do PGCT, acompanhamos e avaliamos as atividades que estão sendo desenvolvidas, e isso é muito importante porque ao detectarmos qualquer dificuldade que os professores tenham em executar suas ações junto aos alunos, podemos fazer alguma intervenção benéfica”, afirmou Simões, lembrando que, além de Parintins, Manacapuru vem em segundo lugar no Amazonas, com 13 projetos aprovados no PCE.
O coordenador do PGCT é enfático em ressaltar que o Programa Ciência na Escola, atualmente, é uma das mais importantes iniciativas da Fapeam, haja vista o retorno social que a atividade proporciona para os comunitários que nela estão inseridos. “O significado da escola, do que é participar de uma escola, melhor dizendo, é modificado. Quando o aluno percebe isso, ele leva para dentro de sua casa esse conhecimento, de modo que sua família também começa a observar essas questões. É como se fosse uma cadeia de eventos”, enfatiza Simões.
O coordenador ainda ressaltou que a inclusão social gerada a partir das atividades desenvolvidas por meio do PCE faz com que a visão do fazer científico, antes encerrada em imagens de laboratório e relativa a palavras complicadas, seja desmistificada. “A população passa a fazer parte das ações educacionais e se integra ao processo de geração de conhecimento. E é isso o que mais queremos enquanto instituição: dar retorno à sociedade e mostrar que é importante investir em iniciação científica”, disse Simões.
Além do banco de sala de aula
Aderli Simões, que é professor de carreira da Escola Superior de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), conta que o PCE gera um incentivo a mais aos professores que dele fazem parte e recebem uma bolsa mensal de R$ 460 para coordenar os projetos. Não somente pela parte financeira, destaca o coordenador, mas sobretudo porque os docentes passam a ficar mais atentos à necessidade de uma formação em nível de especialização, mestrado e doutorado.
“O PCE tem um lastro e uma importância muito grande também porque não apenas o professor obtém retorno financeiro enquanto desenvolve seu projeto e recebe sua bolsa; o aluno também é bolsista, recebendo R$ 120 durante os seis meses de vigência da pesquisa, sendo que a cada projeto aprovado podem ser beneficiados cinco estudantes”, especificou ele.
O rendimento dos estudantes, de acordo com Simões, é aquilo que mais tem proporcionado benefícios ao programa. Os alunos estão incorporando valores ao conhecimento que adquirem em seus grupos de estudo e trabalho. “Até mesmo a auto-estima dos familiares desses alunos é fortalecida. O que eu vejo, sem dúvida, é uma mudança de paradigma”, avaliou.
Um trabalho de suma importância
A atividade de coordenação do PGCT do PCE, de acordo com Aderli Simões, reveste-se de importância porque é a partir do acompanhamento das atividades do programa que a Fapeam pode identificar as dificuldades e aperfeiçoar a gestão com vistas a consolidá-lo como uma política duradoura que contribuirá de forma significativa para o desenvolvimento da educação científica no Amazonas.
“Fazemos visitas in loco e acompanhamento em 19 municípios do Estado do Amazonas. Nos locais, são feitas entrevistas, e é comparado o que está descrito no projeto do bolsista com o que ele vem conseguindo fazer na prática”, explicou.
Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola (PCE) objetiva desenvolver e motivar estudantes dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas a tomar gosto pelo estudo das ciências a partir do desenvolvimento de projetos de pesquisa, com duração de seis meses. De acordo com o diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, a terceira edição do PCE quer interiorizar ainda mais o programa.
Nesta edição, a Fapeam e as secretarias de educação estadual (Seduc) e municipal (Semed) investiram de forma pesada. Foram R$ 1,5 milhão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas e R$ 1,5 milhão da Seduc, além de R$ 600 mil da Semed.
Renan Albuquerque – Agência Fapeam