Pediculose pode interferir no rendimento escolar, diz pesquisa


10/02/2011 – A pediculose – doença parasitária causada por piolhos (pediculus humanus capitis) – é considerada um problema de saúde pública em várias partes do mundo. Dependendo do grau de infestação, a doença pode interferir no rendimento escolar das crianças – principal alvo do parasita.

Uma pesquisa intitulada “Aspectos Epidemiológicos da Pediculose em instituições educacionais de Manaus-AM”, coordenada pela doutora Raquel Borges Moroni, do Instituto de Ciências Biológicas e do Departamento de Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), estuda, desde 2007, o nível de infestação da doença em estudantes na capital amazonense.

De acordo com a pesquisadora, cerca de 900 crianças já foram examinadas até o momento, sendo que 18,5% manifestaram o problema. “A maior prevalência foi verificada em crianças do sexo feminino, na faixa etária de 9 a 12 anos”, comentou Moroni. /

Estudos por região dão maior visibilidade

A pesquisa, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), indicou que o principal meio de transmissão é por contato direto com o piolho ou com um indivíduo infectado. Os métodos de combate mais utilizados são o uso de “piolhicidas” ou a “catação manual”. Os principais sintomas são  coceira intensa no couro cabeludo, infecções secundárias, inquietação e insônia.

Segundo Moroni, grande parte dos estudos realizados no país é relacionada à epidemiologia da pediculose, porém restrita a poucas regiões. “Estudos em nível regional dão melhor visibilidade sobre a importância e os aspectos epidemiológicos associados a doença”, afirmou.  

À procura de alternativas naturais contra a doença

Buscando uma alternativa de controle natural para os piolhos, a pesquisadora também coordena outra pesquisa, com fomento do CNPq, denominada “Atividade repelente e fumigante utilizando extratos vegetais contra o piolho (Pediculus capitis)”.  

Segundo Moroni, os objetivos serão testar os extratos em cobaias, como camundongos, para em seguida, serem utilizados em seres humanos. “O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Ufam, e os extratos vegetais estão sendo caracterizados para avaliar sua ação repelente e fumigante”, explicou. A pesquisa encontra-se na fase de análise dos resultados obtidos.  

Parcerias

O estudo tem a participação de pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), do Centro Universitário Nilton Lins (UninNilton Lins), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Há também a participação de alunas voluntárias e bolsistas destes centros.

Imagem 2: Crianças são principal alvo do parasita (Foto:Divulgação)

Redação: Anamaria Leventi

Edição: Fábio Guimarães – Agência FAPEAM

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