Pelo de poodle é similar à lã e pode virar roupa para pets, mostra pesquisa
Os pelos de cães da raça poodle apresentam características idênticas à lã de carneiro, e podem ser utilizados pela indústria têxtil para fabricar tecidos. É o que mostra a dissertação de mestrado do pesquisador Renato Nogueirol Lobo, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP. Segundo Lobo, para produzir uma tonelada de fio, seriam necessários 600 quilos de pelo de poodle, sendo que essa quantidade poderia ser obtida por meio da tosa de cerca de 800 animais.
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“Trata-se de uma alternativa para diminuir a quantidade de pelos descartados em pet shops por meio da reciclagem desses resíduos, que devem ter coleta especial”, justifica, ressaltando que “os fios poderiam ser usados para produzir qualquer tipo de roupa, mas o foco do projeto é reciclagem do pelo de cachorro para fazer roupa para pet.”
De acordo com Lobo, a única diferença é que os pelos de poodle são fiáveis em fibra curta, entre 12 a 40 milímetros, e as de carneiro são fiáveis em fibra longa, entre 40 a 80 milímetros. “Essa diferença não altera o processo de fiação nem causa nenhum tipo de prejuízo ao maquinário”, esclarece. No mestrado, o pesquisador produziu um quilo de fio, composto por 50% de pelos de poodle e 50% de acrílico.
“A quantidade de pelo em cada tosa varia de acordo com o tamanho do animal. Para um poodle toy [menores da raça] são cerca de 120 gramas. Já um poodle big [o maior da raça] pode deixar cerca de 1,2 quilos de pelo em cada tosa. Por isso, consideramos uma média de cerca de 700 gramas de pelo por animal”, explica.
Os testes realizados constataram que este fio é semelhante à lã de carneiro em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante), alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico. “Um leigo não conseguiria diferenciar um fio que foi confeccionado com pelo de poodle de um fio confeccionado com o de carneiro. Apenas pessoas com conhecimento técnico poderiam perceber a diferença ao analisar o fio e constatar que se trata de uma fibra curta”, diz.
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Fonte: Agência USP de Notícias