Pesca legalizada do Pirarucu sustenta 40 mil pessoas na Amazônia
As cheias fora de hora na Amazônia estão prejudicando o sustento das populações ribeirinhas. A pesca do pirarucu é a principal fonte de renda de muitas comunidades do Rio Amazonas, mas com tanta água está difícil capturar o peixe. O pirarucu já ficou ameaçado de extinção, mas a espécie tem sobrevivido graças a um importante trabalho de preservação.
A caça ao pirarucu é um jogo de paciência. O peixe vem à tona a cada 20 minutos, para respirar. O pescador precisa calcular onde o pirarucu deve aparecer e tem de ser muito rápido para atirar o arpão.
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Milhares de famílias no Amazonas sobrevivem da pesca do pirarucu. São pessoas que mantém viva uma tradição baseada na mira e no arpão.
Se já era difícil, agora é quase impossível acertar o peixe. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o nível dos rios da Amazônia já estava muito alto por causa da cheia histórica ocorrida no primeiro semestre. Neste fim de ano as chuvas chegaram antes da hora. Resultado: o pirarucu, agora, tem muita água para se esconder.
“A gente tem que se esforçar mesmo noite e dia. Pesca a noite com malhadeira, o jacaré come um bocado, a gente toma dele, mas isso aí a gente está vencendo a batalha”, fala a pescadora Nilse Cordeiro.
O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo. Pode pesar mais de 200 quilos e medir até três metros. Por causa da pesca predatória, o ‘gigante’ quase desapareceu. Agora ele só pode ser caçado pelos ribeirinhos que vivem em áreas de preservação, como a de
Mamirauá, no Rio Solimões.
No local, os biólogos fazem uma contagem aproximada do número de peixes. O Ibama autoriza a retirada de 30%, mas mantém 70% para preservar a espécie. Estudos feitos pelo Instituto Mamirauá demonstram que esse controle vem funcionando bem. Nos últimos dez anos, os cardumes de pirarucu dentro da reserva aumentaram 425%.
“A mudança que primeiro a gente viu no comportamento do pescador, foi ele respeitar a natureza, o meio ambiente e si próprio, trabalhar de uma forma legal, produto manejado porque muitas vezes se prejudicava de trabalhar com produto ilegal”, explica o coordenador da área de pesca, Eliézer Araújo.
No Amazonas a pesca legalizada do pirarucu sustenta 40 mil pessoas e movimentou, só este ano, cerca de R$ 6 milhões.
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Fonte: Jornal Hoje