Pesca manejada de peixes ornamentais vai até o dia 31/10
Desde o dia 24 até o próximo sábado (31/10), pescadores de peixes ornamentais estão reunidos para realizar a 1º pesca manejada sustentável na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDS), área de 2,31 milhões de hectares na região central do Amazonas.
O sistema de rastreamento disponível no site do Mamirauá é inédito na área de consumo de produtos sustentáveis e, além das informações sobre os peixes ornamentais manejados, permite também rastrear peixes como pirarucus (Arapaina gigas) ou jacarés-açu (Melanosuchus niger), pescados e abatidos de forma sustentável, vendidos pelas associações comunitárias das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã.
O comprador de peixes manejados da Reserva Amanã receberá os números de identificação que permitem o rastreamento da origem dos animais. Assim, será possível obter informações como parâmetros físico-químicos da água e coordenadas geográficas do local da coleta, entre outras, garantindo que o peixe adquirido foi coletado de acordo com critérios de sustentabilidade, seguidos por comunidades tradicionais de uma unidade de conservação.
“Os peixes ornamentais são importantes recursos naturais capturados por muitas populações tradicionais e exportados para muitas partes do mundo. Infelizmente, nem sempre esse uso é feito de modo sustentável, em condições ecologicamente adequadas, socialmente justas e economicamente benéficas para estas populações”, afirmou Helder Queiroz, diretor técnico-cientí fico do Instituto Mamirauá.
O manejo sustentável de peixes ornamentais se guia por um conjunto de princípios e técnicas e garante que a retirada dessas espécies do seu ambiente natural não interfira nos processos naturais de recomposição. Além disso, a manipulação dos peixes é feita de forma cuidadosa e responsável, reduzindo as chances de mortalidade até eles chegarem ao seu destino de venda.
Poderão ser manejadas até 19 espécies, selecionadas após a realização de pesquisas de biologia e ecologia de peixes na RDS Amanã, e a consulta a exportadores e outros comerciantes de peixes ornamentais no Brasil, pelo Instituto Mamirauá.
Este ano, o grupo formado por 16 pessoas (entre as quais, três mulheres) de oito comunidades da Reserva Amanã, se organizou para custear as despesas e a coleta da pesca, que será feita em três igarapés do próprio lago, com 42 quilômetros de comprimento e três de largura.
O grupo de pescadores de peixes ornamentais, criado e capacitado pela assessoria do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM/MCT), realizou um experimento, em 2008, que resultou na venda de 750 acarás-disco (Symphysodon aequifasciatus).
Agência FAPEAM com informações do MCT