Pesquisa analisa a utilização de ozônio para conservação do tambaqui no Amazonas
O estudo está em andamento e pretende dar uma nova alternativa para pescadores e embarcações para conservação do pescado
Um projeto de pesquisa desenvolvido no Amazonas está analisando a utilização do ozônio com atmosfera modificada e gelo ozonizado para conservação do tambaqui. A pesquisa conta com apoio do Governo do Amazonas via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas) e está sendo coordenado pelo doutor em Ciências Pesqueiras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Joel Lima da Silva Junior.
Segundo o pesquisador, o método de conservação de alimentos com o uso da atmosfera modificada pela ação do gás ozônio e o uso do gelo ozonizado é mais uma alternativa para aumentar a vida útil e manter a qualidade do pescado resfriado.
“Esperamos aumentar a vida de prateleira do pescado nas suas formas de apresentação com as características qualitativas e quantitativas adequadas, apresentando, desta forma, mais uma forma de conservação do pescado”, disse.

O método de conservação de alimentos com o uso da atmosfera modificada pela ação do gás ozônio e o uso do gelo ozonizado é mais uma alternativa para aumentar a vida útil e manter a qualidade do pescado resfriado.
A ideia de utilizar ozônio com atmosfera modificada na conservação de pescado surgiu após presenciar os experimentos do pesquisador Enilton Fick Coutinho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sediada em Pelotas no Rio Grande Sul utilizar a mesma técnica para conservação de frutas.
“Pensei: porque não utilizamos ozônio também para conservação de pescado? Minha tese de doutorado foi à utilização do ozônio com atmosfera modificada para conservação do tambaqui, que é umas das espécies mais comercializadas e consumidas pela população amazonense. Os resultados, de todas as variáveis que foram analisadas como microbiológica, a físico-químico, e sensorial todas apresentaram pontos positivos referentes ao tratamento com ozônio como atmosfera modificada na conservação”, disse o pesquisador.
Avaliação
Joel Junior explicou que para avaliar o efeito dos tratamentos serão realizadas análises microbiológicas, físico-químico e sensorial.
Para isso, o projeto será realizado nas câmaras frigoríficas na fazenda experimental da Ufam, onde também serão feitos os testes utilizando dois tipos de tratamento do gelo: um tratado com ozônio e outro, sem tratamento. Além disso, nas duas câmaras frigorificas uma será utilizada a atmosfera modificada e a outra não terá tratamento em relação à atmosfera modificada, explicou o pesquisador.
“A escolha do gás ozônio no experimento, é devido ao desinfetante não deixar resíduos no produto final. A literatura informa que o gás ozônio não deixa resíduos finais no produto tratado, diferentemente, de outros produtos tais como o cloro, resultando assim em uma melhor qualidade dos produtos ao consumidor”, disse o pesquisador.
Segundo ele, com isso será possível saber o tempo de conservação de cada tipo de gelo e levar os resultados para os pescadores e embarcações para um melhor tratamento e conservação do pescado.
“O que ouvi nas comunidades que visitei é que, muitas vezes, o pescado que vem nas embarcações não chega com qualidade e precisa ser descartado. Então se nós constatamos que a utilização de atmosfera modificada pode garantir realmente uma melhor conservação do pescado, o pescador pode despescar o peixe em longas distâncias, dois ou mais dias de barco e chegar ao seu destino sem problema”, disse.
Esterffany Martins / Agência Fapeam
Foto destaque: Jefferson Cristofoletti
Foto corpo do texto: Érico Xavier / Agência Fapeam