Pesquisa analisa ausência e reposição de fósforo em solos amazônicos


10/01/2013 – A Amazônia brasileira possui 75% dos solos argilosos, com baixa concentração de ferro, alumínio e fósforo e com elevada acidez. Essa concentração nada favorável de minerais prejudica os pequenos produtores que acabam recorrendo a medidas sustentáveis para conseguir manter suas plantações.

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Com objetivo de identificar e tentar solucionar o problema da falta de fósforo nos solos amazônicos, o doutorando em Agronomia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FCAV/Unesp) Ederlon Flávio da Veiga Moline, está desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre o fracionamento de fósforo em solos.

O projeto, intitulado ‘Fracionamento de fósforo em solos do Estado do Amazonas’ está sendo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados (RH-Doutorado –  Fluxo Contínuo).

O pesquisador foi um dos contemplados pelo Edital 005/2012 com resultado publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 2.

 

Auxílio a pequenos produtores

Segundo Mesquita Filho, a pesquisa identificará a eficácia do fracionamento de fósforo na fertilização de solos do Amazonas na tentativa de auxiliar na produção agrícola de pequenos produtores.

O pesquisador observou que pequenos e médios produtores dos municípios de Manacapuru, Iranduba, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalham em manchas de terra preta e terra mulata cultivando hortaliças e espécies perenes como laranja e cupuaçu.

A maioria desses produtores relatou que as manchas de terra preta são extremamente férteis e não precisam de adubos, para obtenção de altas produtividades. Entretanto, a prática tem mostrado que as terras apresentam alguns nutrientes limitados o que tem prejudicado o desenvolvimento e a produtividade dos cultivos.

/A limitação de nutrientes tem relação direta com os níveis de fósforo, cálcio e outros nutrientes. “Em solos de terra preta com granulometria variando entre pouco argiloso e muito argiloso foram observados maiores teores de fósforo e na forma primária de fósforo combinado com cálcio”, esclareceu o pesquisador.

Na natureza, é comum encontrar o fósforo ligado ao cálcio, ferro e alumínio. Um dos métodos de fracionamento é extraindo o fósforo do solo e o separando com a ajuda de resinas. Após a extração, o fósforo é classificado em quatro grupos: fosfato de cálcio, fosfato de alumínio, fosfato de ferro e o fosfato solúvel, que é o redutor extraído após a remoção das três outras formas. 

Importância do fósforo

O fósforo é um componente vital para todos os seres vivos, sendo o segundo nutriente mineral mais abundante no corpo humano. Nas plantas, o fósforo é necessário para a fotossíntese, respiração, função celular, transferência de genes e reprodução, e é um dos nutrientes mais importantes para a produção das culturas, uma vez que grande parte dos solos naturais não contém fósforo disponível suficiente para proporcionar altas produtividades. Na crosta terrestre, há um total de 0,12% da susbstância podendo variar de 0,02% a 0,5% em cada solo. 

Sobre o RH Doutorado – Fluxo Contínuo

Esse programa consiste em conceder bolsas de doutorado a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu, em Programa de Pós-Graduação recomendado pela Capes em outros Estados da Federação. 

Camila Carvalho – Agência FAPEAM

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